Resumo:
Nas áreas de borda de fragmentos florestais são detectadas modificações na fisionomia e estrutura da comunidade florestal, devido a alterações bióticas e abióticas provocadas pelo efeito de borda. As variações na topografia também influenciam nas mudanças estruturais da vegetação, de modo que em áreas inclinadas ocorre maior dinâmica. Assim, neste trabalho esperou-se encontrar menor magnitude do efeito de borda sobre a vegetação localizada na área de tabuleiro que é plana. Para isso, foi avaliado o efeito de borda, em duas posições topográficas distintas, sobre a estrutura e fisionomia da comunidade arbórea e do sub-bosque lenhoso de um fragmento de Floresta Atlântica. Foram delimitados dois ambientes: borda e interior, e duas posições topográficas: encosta e tabuleiro, de modo que no total foram definidas quatro situações: borda encosta, borda tabuleiro, interior encosta e interior tabuleiro, onde foram instaladas 10 parcelas de 10 m x 10 m em cada situação para amostragem do componente arbóreo (plantas com circunferência a 1,30 cm do solo ≥ 15 cm) e mais 10 parcelas de 5 m x 5 m (no vértice de cada parcela do componente arbóreo) para amostragem do sub-bosque lenhoso (plantas com circunferência ao nível do solo ≥ 3 cm e com circunferência a 1,30 cm do solo < 15 cm). Foram investigadas variáveis fisionômicas e estruturais entre os ambientes de borda e de interior em mesma posição topográfica, e entre área de encosta e de tabuleiro do mesmo ambiente. O efeito de borda foi percebido através das mudanças fisionômicas e estruturais, observadas entre borda e interior, sendo estas ainda mais evidentes quando consideradas as diferentes posições topográficas. Tanto fisionomicamente como estruturalmente, as variações entre borda e interior foram mais claras na encosta do que no tabuleiro. Tais resultados mostraram que houve menor magnitude do efeito de borda na área de tabuleiro do que na encosta confirmando a hipótese apresentada.