Baseado em uma relação simples entre volume de madeira em pé e deflúvio
observados em duas microbacias com povoamentos de eucaliptos, este estudo compara
os resultado obtido por três modelos de programação linear: (i) um que maximiza o
valor total do projeto, com restrições de área e de produção de madeira; e (
ii) dois outros
modelos que fazem o mesmo com o controle do indicador hidrológico (deflúvio). A
hipótese principal do trabalho é que a consideração do indicador hidrológico no
planejamento de povoamentos florestais afeta significativamente os regimes de manejo,
alterando os planos de colheita e o fluxo de produção de madeira. A área de estudo é
constituída por trinta e cinco unidades de gestão, com áreas que variam de 30 ha a 800
ha e diferentes produtividades, totalizando 8007 ha. Regimes de talhadia simples,
baseados em dois cortes, diferem entre si apenas pela idade em que a floresta é cortada.
O nível de deflúvio e o volume de madeira em pé foram estatisticamente ajustados
utilizando um modelo exponencial baseado na coleta de dados na área de estudo. O
resultado da relação entre deflúvio e estoque de madeira mostra uma curva que é
convexa em relação a origem e negativamente inclinada. Como as áreas de corte raso e
florestas novas produzem fluxos de deflúvio elevados, a regularização do mesmo foi incluída como restrição no modelo. Os resultados obtidos permitem concluir que a
inclusão das restrições hidrológicas no modelo afetou o manejo, alterou o fluxo de
produção de madeira e resultou em valores presente líquidos globais diferentes para cada
modelo, confirmando então a principal hipótese do trabalho. A água e a madeira são dois
recursos de grande importância e devem ser controlados simultaneamente. As técnicas
de programação linear se mostraram eficientes para gerir o manejo desses recursos.
Based on a simple relationship between growing stock and water outflow
observed on two watersheds planted with Eucalyptus in Brazil, this study compares the
results obtained by three different linear programming formulations: (i) one that
maximizes the net present value simply constrained by area and a regulated wood
production flow; and (ii) two other models that maximize the net present value
constrained by area, a regulated wood production flow, and specific hydrological goals.
As one of the hypothesis, it is stated that the inclusion of hydrological constraints in the
model will affect significantly the selection of forest regimes, altering the final harvest-
scheduling plan and the wood production flow. Thirty-five management units, with areas
ranging from 30 ha to 800 ha and different site indexes, form an Eucalyptus plantation
project with 8.007 hectares. Simple coppice regimes, based on two clear cuts followed
by the complete renewal of the plantation, differ one to another only by the age at which
the clear cut is scheduled. Water outflow levels and stock volume levels were
statistically adjusted according to an exponential model based on data collected on
watersheds in the study area. The resulting relationship between outflow and stock
volume shows a curve that is convex to the origin and negatively sloped. Given that clear-cut areas produce highly undesirable water outflows to the watershed, maximum
water outflow limits had to be included as constraints in the model. Results obtained by
the hydrologically constrained model confirm the hypothesis that the wood production
flow is affected by limiting water outflow. The study allowed the attribution of
economical values to different levels of limitations in terms of total water production in
the watershed. Water and wood, two of the most important assets to a forester, should be
managed together. Linear programming modeling techniques, proved to be very efficient
when managing such resources.