A avaliação e monitoramento de trilhas vêm sendo implantados nos últimos anos
nas unidades de conservação brasileiras. No entanto, as escadas, como parte do
caminho percorrido pelos usuários não são consideradas. Este tipo de infraestrutura
ocorre com maior frequência em terrenos acidentados como onde se encontra o Parque
Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), local selecionado para o desenvolvimento
desta pesquisa. O presente trabalho teve como objetivos descrever e avaliar os fatores
que colaboram na degradação dos degraus feitos com troncos de madeira; verificar se
essas escadas podem ser avaliadas da mesma forma que o restante da trilha; e com
base nos resultados obtidos propor um protocolo preliminar de avaliação e
monitoramento deste tipo de estrutura nas trilhas em áreas naturais. Com base nas
informações obtidas, procurou-se fornecer subsídio para o manejo de trilhas em áreas
naturais, especialmente em unidades de conservação. A coleta de dados detalhados
das escadas foi feita em julho de 2010. A análise das informações coletadas em campo
mostra que: a) a extensão do segmento de escada influencia na quantidade de
afundamentos nos pisos dos degraus; b) a declividade não interfere na intensidade de
erosão e empoçamento; c) a ergonomia, apesar de não apresentar correlação com os
impactos negativos ao meio, pode interferir na qualidade de experiência e segurança do
usuário; d) a insolação interfere na quantidade de poças; e) a presença de cobertura de
copas pode auxiliar na minimização de impactos de chuva; f) há a necessidade de
melhor capacitação daqueles que trabalham no manejo de trilhas; e g) as escadas
necessitam de avaliação e monitoramento diferenciadas do restante da trilha. Para o
PETAR, foram selecionados para o protocolo preliminar de avaliação e monitoramento
de escadas feitas com troncos de madeira os seguintes indicadores: 1) existência de
raízes expostas; 2) rugosidade ou irregularidade do piso que dificulte o caminhamento;
3) presença de trilhas não oficiais e seu motivo; 4) largura do degrau; 5) profundidade
do degrau; 6) altura do degrau; 7) distância do segmento de degraus; 8) pontos com
maior afundamento no piso do degrau; 9) estruturas de drenagem bloqueadas por
queda de vegetação e sedimentação; 10) presença de estrutura de drenagem no topo
dos segmentos de escadas; e 11) erosão na base dos degraus.
The trail evaluation and monitoring have been undertaken in detail throughout
Brazilian protected areas. However, stairs, as a component of the pathway used by the
visitors, are not taken into account. This kind of infrastructure is present more frequently
in steeper terrains as where Alto Ribeira Touristic State Park (PETAR) is located, the
selected area for this research. The goals of this research were to describe and evaluate
the elements that contribute to the wood stair degradation; verify if these stairs can be
evaluated in the same way as the rest of the trail; and based on the results suggest a
preliminary protocol to evaluate and monitor this kind of structure in natural area trails.
Based on the results found, the objective is to contribute to the trail management in
natural areas, especially in protected areas. The detailed data on the stairs was
collected in July 2010. The analysis of the data demonstrates: a) the depression quantity
on the tread was affected by the length of the stair section; b) the intensity of erosion
and puddle were not affected by the tread grade; c) despite the fact that ergonomics
didn’t show correlation with the negative impacts, it can interfere in the quality of user
experience and safety; d) the solar exposure influences the quantity of puddles; e) the
presence of canopy cover can minimize raindrop impact; f) better training is needed for
the staff involved in trail management; and g) the stairs need differentiated evaluation
and monitoring from the rest of the trail. The following indicators were selected for the
preliminary protocol to evaluate and monitor the PETAR wood stairs: 1) presence of
exposed tree roots; 2) tread roughness that makes it difficult to walk; 3) presence of
social trails and its causes; 4) step width; 5) step depth; 6) step height; 7) length of the
stair section; 8) location of the deeper depression spots in the steps; 9) drainage
structures obstructed by fallen vegetation or sedimentation; 10) presence of drainage
structure at the top of the stair section; and 11) erosion in the bottom of the steps.