Resumo:
Este documento é fruto de uma parceria entre a Embrapa Florestas, a Associação de Produtores Orgânicos (AOPA) e a Cooperafloresta, formalizada através de um projeto financiado pela Petrobrás Ambiental (Iguatu2), no qual estiveram envolvidos vários pesquisadores da Embrapa Florestas. Nessa parceria, a Unidade contribuiu tanto para a pesquisa científica como para a extensão de sistemas agroflorestais (SAFs), gerando importantes frutos para todos os envolvidos, entre eles, o aumento do conhecimento sobre os processos ecológicos que ocorrem no solo sob SAFs. Os SAFs, cada vez mais adotados no país, representam uma opção de manejo sustentável do solo que pode gerar produtos tanto para a subsistência familiar, quanto para comercialização no mercado. Além disso, os SAFs proporcionam cobertura vegetal diversificada e proteção ao solo, e adicionam a ele maior quantidade e diversidade de resíduos e de matéria orgânica que servem de alimento aos animais edáficos. Portanto, nesse sistema de manejo, a população e a diversidade da fauna do solo tendem a aumentar em comparação com sistemas agrícolas mais intensivos e menos diversificados. Entretanto, há poucos estudos sobre as comunidades de animais edáficos em SAF’s brasileiros, e que comparam as populações encontradas em SAFs com sistemas naturais, como florestas em processo de regeneração. Portanto, este trabalho representa uma importante adição ao conhecimento da fauna do solo brasileira, em especial do papel dos SAFs como promotores da atividade e mantenedores da diversidade dos animais edáficos num bioma tão ameaçado como a Mata Atlântica, um dos hotspots de biodiversidade mundial. Apesar da baixa diversidade total de táxons de invertebrados (especialmente espécies de minhocas) encontrados, este trabalho mostra claramente como os SAFs e a regeneração florestal podem afetar a abundância dos principais grupos da macrofauna nesses ecossistemas. Finalmente, o trabalho esclarece a necessidade de aprofundar mais no estudo desses representantes pouco conhecidos e pouco reconhecidos dos ecossistemas (a fauna do solo), para melhor compreender a diversidade desses animais, seus efeitos ao solo e nas plantas, e os impactos do manejo dos ecossistemas sobre suas populações. Acolhemos, portanto, com prazer esse documento e conclamamos aos profissionais e alunos da área para seguirem com esses estudos, em prol da agricultura sustentável e da conservação da biodiversidade no Brasil. Apresentado por Helton Damin da Silva - Chefe Geral Embrapa Florestas