Resumo:
A Agroecologia compreende uma abordagem antiga, comumente exercitada nas comunidades tradicionais que se sustentaram durante séculos em todo o planeta, pautada em processos biológicos e físicos, respeitando a cultura das populações e promovendo a eqüidade social. Entretanto, em nome da modernização da agricultura, processos complexos de grandes interações e interdependências foram substituídos por práticas mecânicas e químicas, desqualificando o ser humano e artificializando os cultivos de plantas e a criação de animais. Em Mato Grosso do Sul, até a década passada, os defensores da Agroecologia, também conhecida como agricultura alternativa, orgânica ou ecológica, não encontravam espaço, além de serem, muitas vezes, banalizados e taxados de retrógrados. Apesar das ações pontuais empreendidas pelo poder público no Estado, as organizações dos agricultores e movimentos sociais, em sua maioria desarticuladas, têm debatido amplamente o tema Agroecologia em todos os fóruns que discute a sustentabilidade dos agroecossistemas. Os preconceitos foram diminuindo paulatinamente, sendo que atualmente a Agroecologia representa uma demanda efetiva, principalmente dos agricultores familiares de Mato Grosso do Sul. As "Propostas para o Desenvolvimento da Agroecologia no Estado de Mato Grosso do Sul" foram debatidas e definidas por cerca de setecentos agricultores e técnicos, representantes de ampla base de entidades que atuam em todo o Estado, presentes no 1o Seminário de Agroecologia de Mato Grosso do Sul. Com este documento, pretende-se subsidiar o planejamento e a implementação de ações sob bases agroecológicas junto ao poder público, através das organizações dos agricultores e dos movimentos sociais, visando desenvolver e consolidar a Agroecologia no Estado. José Antônio Felício - Diretor-Presidente Idaterra. José Ubirajara Garcia Fontoura - Chefe-Geral Embrapa Agropecuária Oeste.