A crescente degradação de ecossistemas tornam necessários inúmeros esforços para
recuperá-los. A ecologia da restauração é uma ciência que vem crescendo, buscando suporte e
apoiando as bases da ecologia teórica. O papel das áreas restauradas na manutenção da
biodiversidade é ainda incerto, mas há consenso que estas devem restabelecer os atributos
ecológicos. A escolha de bons indicadores ecológicos é crucial para avaliar a evolução dessas
áreas. A análise da vegetação é um bom indicador, por ser possível utilizar métodos simples
de execução e apresentar respostas rápidas às condições (bióticas e abióticas), fornecendo, por
exemplo, informação dos agentes dispersores na área e das características das espécies que
compõe a comunidade. Através dessas informações é possível inferir se a área é visitada por
animais e como ocorre o processo sucessional. A presente pesquisa consistiu na análise da
vegetação de florestas em processo de restauração com idades diferentes. Foram escolhidos
plantios com oito e 12 anos e um remanescente florestal. Em cada área foram alocadas 30
parcelas de 10 x 10 m, todos os indivíduos arbustivo-arbóreos (estrato arbóreo) com diâmetro
a altura do peito maior ou igual a 10 cm foram amostrados, identificados e tiveram sua altura
estimada. O estrato regenerante foi registrado por parcelas de 2 x 10 m alocadas no interior
das parcelas (10 x 10m) onde foram amostrados e identificados indivíduos com altura maior
ou igual a 50 cm e diâmetro a altura do peito menor que 10 cm. As espécies encontradas
foram categorizadas em grupos funcionais (síndromes de dispersão e classes de sucessão) e
origem (nativa e exótica). Para o estrato arbóreo e para o regenerante, o ecossistema de
referência apresentou maior densidade, riqueza e diversidade. Diferente do ecossistema de
referência, os plantios apresentaram muitos indivíduos de espécies de origem exótica, e não
apresentaram muitos indivíduos das classes sucessionais clímax. Diante dos resultados talvez
sejam necessárias ações de manejo adaptativo, com retirada das espécies que tem potencial
invasor e enriquecimento funcional para que a evolução das áreas não seja comprometida. A
avaliação da vegetação mostrou-se bom indicativo no estudo da evolução das áreas em
processo de restauração.
The growing degradation of ecosystems makes it necessary the adoption of various
efforts in order to restore it. Restoring ecology is a science that has been growing, seeking
support and providing support to the foundations of theoretical ecology. The role of the
restored areas in the maintenance of biodiversity is still uncertain; however there is consensus
that they should restore the ecological attributes. The choice of good ecological indicators is
crucial in order to assess the evolution of those areas. The analysis of the vegetation is a good
indicator, because it enables the use of simple execution methods and because it also presents
fast answers to the conditions (biotic and abiotic) providing for example, information about
the dispersing agents of the area as well as the characteristics of the species that makes up the
community. Through this information, it is possible to infer if the area is visited by animals
and how the succession process happens. The current research consists of the analysis of the
vegetation of forests in restoring process with different ages. Plantings were chosen between 8
to 12 years and a remnant forest. In each area 30 plots of 10 X 10 m were allocated, all tree
species with diameter and breast height higher or the same as 10 cm were shown, identified
and had their height estimated. The regenerative component was recorded in plots of 2 X 10
m allocated in the interior of the plots where they were sampled and identified the individuals
with height higher than 50 cm and diameter and breast height lower than 10 cm. The species
found were categorized in functional groups (dispersion syndrome and restoring guilds). The
highest values of density, richness and diversity of arboreal and regeneration layers were
found in the reference ecosystem. The forests in process of restoration considered in this
work, unlike the reference ecosystem, presented numerous individuous of exotic species, and
did not present many late-successional individuous. Results suggest that performing
adaptative management actions, such as invasive species removal and functional enrichment,
may be necessary for the appropriate evolution of the concerned areas. Evaluation of the
vegetation was considered a good indicator to study the development of areas in process of
restoration.