Resumo:
A colonização da região do Arenito Caiuá, no noroeste paranaense, ocorreu através da derrubada de matas tropicais, seguida da implantação de lavouras cafeeiras e pastagens. A exploração da terra se deu às custas da fertilidade natural do solo, sem nenhuma preocupação com a adoção de práticas conservacionistas. Tais procedimentos culminaram em um acentuado processo de erosão, decorrente das condições edafo-climáticas prevalecentes, agravado pela forma de ocupação e uso das terras. O processo erosivo tem como principal conseqüência provocar a perda da camada superficial dos solos. Esta camada é a que possui as maiores concentrações de nutrientes disponíveis e praticamente toda a atividade microbiológica dos solos, sendo essencial em solos arenosos. A influência de microrganismos da rizosfera sobre o crescimento e a habilidade competitiva das plantas, em comunidades naturais, é substancial e interações bióticas entre as raízes e os microrganismos associados podem afetar a produtividade das plantas. As alterações provocadas pelas práticas agrícolas levam o ambiente a um novo equilíbrio, geralmente, com um nível de diversidade menor devido ao uso de monoculturas. Dentre os diversos tipos de microrganismos que estabelecem simbiose com plantas superiores são as micorrizas arbusculares (M.A.). A ausência de fungos M.A. pode ser restritiva ao estabelecimento e desenvolvimento de espécies florestais e portanto, alterações que venham a comprometer a população deste tipo de fungo podem afetar o restabelecimento de espécies florestais nativas no local. A dispersão da colonização dentro das raízes é fortemente influenciada pela morfologia e densidade destas, água, temperatura e fertilidade do solo.