A recuperação de áreas degradadas pela mineração é um processo lento e oneroso. O
plantio de mudas nativas tem sido a maneira mais comum de se revegetar áreas mineradas.
Uma alternativa a esse método é a semeadura direta no substrato exposto. Redução de
custo, incentivo aos processos de regeneração natural, maior diversidade de espécies e
menor manutenção são algumas vantagens desse método. Este trabalho, portanto, visou à
avaliação do sucesso do estabelecimento de espécies arbóreas nativas do Cerrado em uma
jazida de cascalho. Para isso foram instalados três experimentos, na Fazenda Água Limpa,
Universidade de Brasília, DF. Os experimentos foram instalados nos anos de 2006 e 2007,
e foram acompanhados até aproximadamente os seis meses após a semeadura. Foram
utilizadas oito espécies nativas do cerrado (Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium
gummiferum, Enterolobium contortisiliqum, Copaifera langsdorffii, Curatella americana,
Solanum lycocarpum, Eugenia dysenterica e Cybistax antisyphilitica). Foram testados no
primeiro experimento duas profundidades de covas e seis tipos adubações. No segundo
experimento foram testados protetores físicos de germinação, e por fim no terceiro
experimento foi testado o efeito alelopatico da Solanum lycocarpum. Após os 6 meses da
semeadura, a área foi abandonada, não sofrendo nenhum tipo de manutenção. No ano de
2009, foi realizada a nova mensuração da altura e do diâmetro dos indivíduos
sobreviventes com o intuito de avaliar o desenvolvimento das espécies e o efeito dos
tratamentos em longo prazo. Conclui-se no primeiro experimento que não houve diferenças
significativas entre a utilização de diferentes profundidades de covas na sobrevivência e
altura das plântulas de Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium gummiferum e Copaifera
langsdorffii. No segundo experimento os concluiu-se que protetores elevaram germinação
das espécies Enterolobium contortisiliquum e Copaifera langsdorffi em 57%. No terceiro
experimento, Solanum lycocarpum não apresentou influência no estabelecimento de
Eugenia dysenterica e Curatella americana. Das oito espécies utilizadas nos experimentos
somente Cybistax antisyphilitica, não se estabeleceu nos plantios.
The reclamation of degraded areas by mining is slow and costly. Introducing native plants
trees on spoils has been the most common way to deal with the problem. An alternative to
this is directly sowing native species on exposed spoils. Cost reduction, encouraging
natural regeneration processes, greater diversity of species and less maintenance are some
advantages of such a proposal. This study aimed to assess the success of the establishment
of Cerrado native tree species in area degraded by mining. Three experiments were
installed in the Água Limpa Farm of the University of Brasília, Brazil. The experiments
were conducted for six months between 2006 and 2007. Eight tree species were used in the
experiments (Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium gummiferum, Enterolobium
contortisiliqum, Copaifera langsdorffii, Curatella americana, Solanum lycocarpum,
Eugenia dysenterica e Cybistax antisyphilitica). The first experiment tested two different
depths for tree holes and six mixes of fertilizers. The second experiment tested shelters
germination efficiency. Finally the third experiment tested the allelopathic effect of
Solanum lycocarpum on other native tree species. Data were collected up to three years
after sowing and results have showed no significant effect of tree hole depths on the
germination, survival, and height development of Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium
gummiferum, Copaifera langsdorffii. The second experiment has showed seed shelters
increased germination and survival for Enterolobium contortisiliquum and Copaifera
langsdorffi up to 57% of sown seeds. The third experiment has concluded that Solanum
lycocarpum presented any effect on the establishment of Eugenia dysenterica and
Curatella americana. Out of the eight species used in the experiments only Cybistax
antisyphilitica did not establish in the area.