A produção de energia oriunda de culturas lignocelulósicas é prevista para crescer nos
próximos anos no Brasil. O eucalipto já é amplamente cultivado, e beneficia de uma sólida
experiência. O capim-elefante faz figura de outsider, que tem tudo a provar, mesmo se sua
produção em quantidade de matéria seca atinge níveis recordes. Objetivou-se, neste
trabalho: (i) determinar a produção da biomassa do eucalipto (Eucalyptus sp.), em
diferentes tratamentos silviculturais, e do capim-elefante (Pennisetum sp.); (ii) estabelecer
o custo de produção da unidade energética gerada pela biomassa do eucalipto e pela
biomassa do capim-elefante; (iii) aplicar uma análise de sensibilidade para verificar as
influências de fatores como a silvicultura do eucalipto, a produção volumétrica de cada
espécie, o custo da terra e a taxa de juros nos custos de produção analisados. Para o
eucalipto foram usados os dados fornecidos pela RENABIO e coletados nos plantios de um
clone de um híbrido (E. grandis x E. camaldulensis) da ArcelorMittal BioEnergia, em
Itamarandiba (MG), na região do Jequitinhonha. Para o capim-elefante foram usados os
dados encontrados na literatura. Foi calculado o custo médio de produção do gigajoule da
biomassa pronta para ser entregue à usina termoelétrica. Foi demonstrado que o tratamento
do eucalipto em plantio adensado e em curtíssima rotação de dois anos, com reforma do
povoamento a cada seis anos, teve um custo médio de produção (CMPr) superior ao
sistema convencional com rotação a cada seis anos e reforma aos 18. Observou-se também
que o eucalipto apresenta, em média, um CMPr de 4,41 R$/Gj, inferior ao do capim-
elefante, que em média é de 5,44 R$/Gj, mesmo com a capacidade que o último tem de
produção anual superior de matéria seca. O capim-elefante tem a possibilidade de competir
com o eucalipto quando um conjunto de condições se forma como taxa de desconto igual
ou superior a 8% a.a., preço da terra elevado e volume do capim-elefante igual ou acima de
35 toneladas de matéria seca por hectare por ano.
The production of energy from lignocellulosic cultures is expected to rise in a soon future
in Brazil. The eucalyptus is already widely cultivated and benefits a solid experience. The
elephant grass is figure of outsider and has everything to prove even if its production in
terms of dry matter volume reaches record levels. The objectives of this work were: (i) to
determine the biomass production of eucalyptus (Eucalyptus sp.) in different silviculture
treatments and elephant grass (Pennisetum sp.); (ii) to establish the unit energy cost
generated from eucalyptus biomass and from elephant grass biomass; (iii) to apply a
sensitivity analysis to verify the influences of factors such as the silviculture of eucalyptus,
production volume of each species, the cost of land and the interest rate. For the eucalyptus
were used data provided by RENABIO and collected from the stands of a hybrid clone (E.
grandis x E. camaldulensis) of the “ArcelorMittal BioEnergy” located at Itamarandiba
(MG) from the Jequitinhonha region. For the elephant grass, were used the data found in
the literature. The average cost for the biomass production has been calculated in Gigajoule
ready for delivery to thermoelectric plant. It was been shown that the treatment of
eucalyptus in very short rotation of 2 years with reform of stand every 6 years has a
average cost of production higher than the traditional treatment of short rotation of 6 years
with reform only at the age of 18. It was also observed that eucalyptus has an Average Cost
of Production on average of 4,41 R$/Gj, lower than the elephant grass which is on average
of 5,44 R$/Gj, which however has a higher annual capacity of dry matter production. The
elephant grass has the possibility to compete with eucalyptus when a set of conditions is
met: discount rate higher than or equal to 8%, High price of land, and elephant grass high
volume production, greater than or equal to 35 tonnes of dry matter per hectare and year.
La production d’énergie à partir de cultures lignocellulosiques est appelée à prendre son
essort dans les années qui viennent au Brésil. L’eucalyptus est déjà amplement cultivé et
bénéficie d’une solide expérience. Le napier quant à lui fait figure d’outsider et a tout à
prouver même si sa production en terme de volume de matière sèche atteind des niveaux
records. Ce travail a eu pour objectifs : (i) déterminer le niveau de prodution de la
biomasse de l’eucalyptus (Eucalyptus sp.) en différents traitements silviculturaux e du
napier (Pennisetum sp.); (ii) établir le coût de production de l’unité energétique générée par
la biomasse de l’eucalyptus et par la biomasse du napier; et (iii) réaliser une Analise de
Sensibilité afin de vérifier l’influence de différents facteurs comme la sylviculture de
l’eucalyptus, la production volumétrique de chaque espèce, le taux d’intérêt et le coût de la
terre. Pour l’eucalyptus, les données utilisées ont été fournies par RENABIO et colectées à
partir des peuplements d’eucalyptus hibrid (E. grandis x E. camaldulensis) de
l’ « ArcelorMittal BioEnergia» implantés à Itamarandiba (MG) dans la région de la
Jequitinhonha. Pour le napier, les données utilisées proviennent de la littérature. Le Coût
Moyen de Production du Gigajoule de la biomasse prête à être livrée en centrale
thermoélectrique a été calculé. Il a été démontré que le traitement de l’eucalyptus en très
courte rotation de 2 ans avec réforme du peuplement chaque 6 ans a un CMPr superieur au
traitement traditionel de courte rotation de 6 ans avec réforme seulement à 18 ans. Il a été
observé aussi que l’eucalyptus a un CMPr en moyenne de 4,41 R$/Gj, inférieur à celui du
napier qui est en moyenne de 5,44 R$/Gj, ce dernier produisant pourtant une quantité de
matière sèche annuelle supérieure. Le napier est compétitif avec l’eucalyptus seulement
quand un ensemble de facteurs sont réunis: taux d’intérêt supérieur ou égal à 8%, coût de
la terre élevé, e volume important de production du napier, supérieur ou égal à 35 tonnes
de matière sèche par hectare et par an.