Este trabalho teve como objetivo levantar os custos e avaliar economicamente diferentes sistemas de silvicultura pós-colheita em uma floresta de terra firme na Amazônia brasileira. O estudo foi realizado na Área de Manejo Florestal (AMF) da Fazenda Rio Capim, pertencente à empresa Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda., localizada no município de Paragominas, Estado do Pará. O experimento foi implantado em 2005, um ano após uma Exploração de Impacto Reduzido (EIR). A área total do experimento é de 700 ha, onde foram estabelecidos sete tratamentos (100 ha cada tratamento), com quatro repetições (25 ha cada repetição), sorteadas aleatoriamente na amostra de 700 ha. Foram testados os seguintes tratamentos: T1: EIR + desbaste de liberação clássico e corte de cipós; T2: EIR + desbaste de liberação modificado e corte de cipós; T3: EIR + corte de cipós; T4: EIR + plantio em clareiras, conservação de algumas mudas de regeneração natural de espécies de valor comercial existentes nas clareiras, e corte de cipós nas árvores potenciais para futura colheita; T5: (T2 + T4); T6: somente EIR; T7: área não explorada (testemunha). Foi registrada a produtividade de uma equipe de trabalho de campo durante a realização dos desbastes e corte de cipós (115,7 indivíduos beneficiados/dia e 9,2 indivíduos anelados/dia, em média), e uma produtividade média de 10 clareiras/dia para as atividades de plantio e seleção de mudas de regeneração natural nas clareiras. No monitoramento e manutenção, a produtividade média para indivíduos anelados e beneficiados, foi de 140,1 indivíduos/ha para todos os tratamentos. Na manutenção e monitoramento das clareiras, a produtividade alcançada foi de 15,4 clareiras/dia/equipe. O custo total estimado para 30 anos após a colheita de madeira, para cada tratamento, foi: T1 (R$ 123,28/ha); T2 (R$ 75,34/ha); T3 (R$ 117,54/ha); T4 (R$ 478,61/ha); T5 (R$ 436,07/ha); T6 (R$ 124,86/ha); e T7 (R$ 202,01/ha). Apesar das diferenças dos custos totais entre os tratamentos, a análise de investimento, através dos critérios avaliados, indica que todos os tratamentos (T1, T2, T3, T4, T5 e T6) são viáveis economicamente ao final do ciclo de corte de 30 anos e com nova colheita de madeira ao final desse ciclo, e a uma taxa de 12% ao ano, apresentando todos VPL > 0 e Rb/c > 1. O sistema de silvicultura pós-colheita mais eficiente, considerando apenas os aspectos econômicos é o T2, pois é o tratamento com o menor custo, e maiores VPL e Rb/c.
This study aimed at evaluating the costs of different post-harvesting silvicultural systems applied to a terra firme forest in the Brazilian Amazon. It was carried out in the Rio Capim Forest Management Unit, which belongs to Cikel Brasil Verde Madeiras, located in the Municipality of Paragominas, Pará state. The experiment was established in 2005, one year after Reduced Impact Logging (RIL). Total experimental area is 700 ha where seven treatments were established (100 ha each) with four replications (25 ha each), randomly distributed in the experimental area. The following treatments were applied: T1 - RIL + classical liberation thinning and climber cutting; T2 - RIL + modified liberation thinning and climber cutting; T3 - RIL + climber cutting; T4 - RIL + planting commercial species in gaps, keeping and tending natural regeneration seedlings of commercial species and climber cutting; T5 - (T2 + T4); T6 - RIL; and T7 - unlogged forest (control). Productivity of was recorded during liberation thinning and climber cutting activities (average of 115.7 assisted individuals/day and 9.2 girdled individuals/day). Planting and selection of natural regeneration in gaps seedlings had a productivity of 10 gaps/day. Mean productivity of monitoring girdled individuals was 140.1 individuals/day for all treatments. Productivity of monitoring and cleaning gaps was 15.4 gaps/day. The estimated total cost for 30 years after harvest, for each treatment, was: T1 (R$ 123,28/ha); T2 (R$ 75,34/ha); T3 (R$ 117,54/ha); T4 (R$ 478,61/ha); T5 (R$ 436,07/ha); T6 (R$ 124,86/ha); and T7 (R$ 202,01/ha). In spite of differences on total costs between treatments, the investment analysis showed that all treatments (T1, T2, T3, T4, T5 and T6) are economically viable at the end of a 30-year cutting cycle with a new harvest, considering a 12% bank rate a year, with NPL > 0 and BCR > 1. The most efficient post-harvesting system, considering only economical aspects, was T2, because it had lower costs and higher NPL and BCR.