A região do Vale do Paraíba, inserida no domínio da Mata Atlântica, apresenta como outras
regiões do Brasil um histórico comum de degradação ambiental, ocasionado em princípio pela
exploração madeireira, o ciclo do café e posteriormente por outras culturas agrícolas e a
pecuária. Atualmente, apesar do notável avanço das pesquisas sobre a biodiversidade neste
Bioma, determinados grupos ainda apresentam conhecimento restrito em abrangência
geográfica ou mesmo são negligenciados em estudos de conservação e manejo. Neste sentido,
o objetivo maior deste estudo foi avaliar a riqueza e composição em espécies de formigas
sobre a influência de atributos ambientais e estruturais em fragmentos florestais de diferentes
paisagens no município de Vassouras, RJ. O estudo foi realizado no período de março a abril
de 2008. A fauna de formigas foi estudada através de 620 amostras de 1m 2 de serapilheira,
submetidas ao extrator de Winkler por 48 horas, distribuídas igualmente em 31 fragmentos
florestais, inseridos em três paisagens (A, B e C), compondo um gradiente de cobertura
florestal e altitude com distintos usos do solo. Foram obtidas 170 espécies de formigas
distribuídas em 10 subfamílias e 49 gêneros, com média de 10 (± 3,3 de desvio padrão)
espécies por metro quadrado. A média de espécies por fragmentos foi de 50 ± 9,2. A maior
riqueza foi registrada na paisagem A com 133 espécies, sendo 187 estimadas, seguida da
paisagem B com 122 spp., sendo 160 estimadas e C com 100 sendo 111 estimadas. As
maiores diferenças tanto para a riqueza quanto para a composição foram apontadas entre as
paisagens A e C. Apesar de fragmentadas as paisagens estudadas tiveram boa
representatividade da fauna de formigas, demonstrando valores distintos para a conservação
da biodiversidade. Os resultados mostraram que paisagens mais heterogêneas possuem maior
riqueza e sua composição em espécies é mais heterogênea. Embora não tenha sido encontrada
relação significativa com o tamanho dos fragmentos a fauna de formigas variou entre as
paisagens. Os resultados permitem ainda sugerir que tais diferenças podem estar ainda
relacionadas ao estado de sucessão e a composição florística dos fragmentos florestais.
The region of Vale do Paraíba is part of the Atlantic Forest and presents a history of
environmental degradation, like many other regions in Brazil, caused at first by wood
extraction and coffee plantations, and later by other crops and cattle farming. Now, despite the
remarkable headways in this biome’s biodiversity research, some groups still show little
knowledge of the geographic scope and neglect the research when conducting management
and conservation studies. This study’s greater objective was to assess the composition and
abundance of ant species in different forest fragments in Vassouras, RJ, over the influence of
environmental and structural attributes. the research was developed between march and april
2008. The ant fauna was analyzed through 620 litter samples of 1m2 each, submitted to the
Winkler extractor for 48 hours. They were equally distributed in 31 forest fragments
belonging to three different landscapes (A, B and C), creating a gradient of forest covering
and altitude with different uses of the soil. 170 ant species were found, belonging to 10
subfamilies and 49 genera, with an average of 10 (± 3.3 of standard deviation) species by
square meter. The average of species for fragment was 50 ± 9.2. The highest richness was
found on landscape A with 133 species (187 estimated), followed by B with 122 spp. (160
estimated) and C with 100 (111 estimated). The largest composition and richness differences
were found between landscapes A and C. Despite being fragmented, all three landscapes
obtained a good representation of the ant fauna, showing distinct values for the biodiversity’s
conservation. The results showed that more heterogeneous landscapes have greater richness
and a more heterogeneous composition of species, although no significant relation to the size
of the fragments was found and the ant fauna between landscapes. The results can still suggest
that the differences found could be related to the succession state and the floristic composition
of the forest fragments.