Este trabalho teve como objetivos verificar as propriedades tecnológicas dos
bambus Dendrocalamus gigateus e Bambusa vulgaris; avaliar as propriedades
físicas e mecânicas dos bambus laminados colados (BLC) de acordo com as
espécies, os adesivos e os tratamentos preservativos utilizados e; correlacionar
tanto o módulo de ruptura – MOR quanto o módulo de elasticidade – MOE dos
BLCs obtidos por meio dos métodos não destrutivos com o método destrutivo.
Para isto, foram produzidas taliscas com dimensões de 0,5 x 3,0 x 70,0 cm
(espessura x largura x comprimento) com os bambus das espécies D. gigateus
e B.vulgaris com idade superior a três. Uma parte destas taliscas foi imersa em
água e a outra em Timbor, com duração de 15 dias para ambos os
tratamentos. Os adesivos utilizados foram à base de emulsão
de isocianato polimérico (EPI); melamina ureia formaldeído - MUF; acetato de
polivinílico cross – PVAc e resorcinol formaldeído - RF. Os métodos não
destrutivos utilizados para estimar o módulo de elasticidade dos BLCs foram o
Stress Wave - SW, vibração longitudinal - vib. long. e vibração transversal - vib.
trans. Observou-se que, os BLCs confeccionados com B. vulgaris
demonstraram maior instabilidade dimensional que aqueles produzidos com o
D. giganteus. Entretanto, os adesivos MUF e RF conferiram maior estabilidade
dimensional aos BLCs produzidos com ambas as espécies. Tanto os BLCs de
D. giganteus quanto o de B. vulgaris em relação aos dois tratamentos
preservativos utilizados, tiveram a menor média de falhas no bambu quando
aderidos com EPI e PVA. Para os BLCs produzidos com o bambu gigante, o
Stress Wave demonstrou não ser indicado para estimar o módulo de
elasticidade para os aderidos com EPI, MUF, PVA e RF. Os métodos de vib.
long. e vib. trans. demonstraram boa possibilidade da estimação do MOE para
os BLCs de D. giganteus para qualquer adesivo. Para os métodos não
destrutivos realizados com os BLCs do bambu vulgar, a técnica do Stress
Wave demonstrou ser indicado para os BLCs aderidos com MUF e com PVA.
No método de vib. long. os BLCs B. vulgaris aderidos com MUF, PVA e RF
tiveram alto erro de estimação. Já o método de vib. trans., proporcionou alto
coeficiente de correlação de Pearson (R2), demonstrando ser o mais
recomendado. O método de vib. trans. mostrou ser o melhor na estimação do
módulo de elasticidade tanto para os BLCs confeccionados com D. giganteus
quanto para os de B. vulgaris, proporcionando os menores erros e os maiores
R2. Em função dos resultados físicos e mecânicos obtidos, pode-se afirmar que
os BLCs confeccionados tanto com a espécie de D. giganteus quanto de B.
vulgaris podem ser indicados para a produção de móveis.
This study aimed to verify the technological properties of the Dendrocalamus
giganteus and Bambusa vulgaris bamboo; evaluate the physical and
mechanical properties of glued laminated bamboo (BLC) according to the
species, the adhesives and the preservant treatments; correlate both the
module break and the modulus of elasticity - MOE of BLCs obtained by means
of nondestructive methods with destructive method.. For this, were produced
bamboo slivers with dimensions 0,5 x 3,0 x 70,0 cm (thickness, width and
lenght) with B.vulgaris and D. giganteus species over three years old. One of
these bamboo slivers were immersed in water and the other part in Timbor,
lasting 15 days for both treatments. The adhesives used were based emulsion
polymer isocyanate (EPI), melamine urea formaldehyde (MUF); cross polyvinyl
acetate (PVAc) and resorcinol formaldehyde (RF). The non-destructive methods
were used Stress Wave (SW), longitudinal vibration (vib. long.) and transverse
vibration (vib. trans.). It was observed that the BLCs made from B. vulgaris
demonstrated greater dimensional instability than those produced with the D.
giganteus. However, MUF adhesive and RF conferred greater dimensional
stability for the BLCs produced with both species. Both BLCs D. giganteus and
B. vulgaris in relation to the two treatments had the lowest average failure in
bamboo bonded with EPI and PVA. For BLCs produced from D. giganteus
bamboo, the Stress Wave method proved not to be suitable for estimating the
elastic modulus to BLCs adhered with EPI, MUF, PVA and RF. The vib. Long.
and vib. trans. Methods demonstrated good possibility of estimating the MOE
for BLCs of D. giganteus for any adhesive. For non-destructive methods
performed with BLCs B. vulgaris bamboo, Stress Wave technique proved to be
suitable for the BLCs bonded with MUF and PVA. In the vib. Long. Method, the
BLCs made from B. vulgaris and bonded with MUF, PVA and RF had high
estimation error. Already vib.trans.method provided high coefficient of Pearson
correlation (R2), proving to be the most recommended. The vib.trans.method
proved to be the best in the estimation of the modulus of elasticity for both BLCs
made from D. giganteus and B. vulgaris, providing the smallest errors and the
highest R2. According to the physical and mechanical results obtained, it can be
affirmed that BLCs made with both the species of D. giganteus or B. vulgaris
may be employed for the furniture production.