Resumo:
O presente trabalho foi conduzido visando comparar a diversidade e composição de insetos em áreas de floresta contínua, fragmentada, floresta secundária e pastagem no sudeste acreano. Coletas mensais de insetos foram realizadas com armadilha luminosa e rede entomológica, entre abril de 1999 e março de 2000, no interior de um fragmento florestal e em uma área de floresta secundária e pastagem adjacentes ao fragmento, no Município de Rio Branco, AC. Também foram realizadas amostragens mensais de cupins,
com iscas de papelão, em todas as áreas citadas e em uma outra área de floresta contínua, localizada no Município de Capixaba, AC. Estimou-se a diversidade das áreas usando-se o índice de diversidade de Margalef. Foram aplicadas medidas de fauna determinando-se a abundância, freqüência, constância e dominância de cada espécie. Coletaram-se, com o auxílio de
armadilha luminosa, 17.529 insetos, distribuídos em 14 ordens e 128 famílias diferentes. Com rede entomológica de varredura, foram coletados 3.701 indivíduos pertencentes a 13 ordens e 91 famílias. Maior riqueza de espécies e maior índice de diversidade foram observados na área de mata primária fragmentada para os métodos de coleta. Vinte e quatro espécies de cupins foram coletadas com iscas de papelão corrugado num total de 626.974 indivíduos. A área de mata contínua foi a que apresentou maior riqueza e diversidade de cupins. Diferenças na comunidade de insetos foram observadas
nos ambientes estudados, em decorrência do processo de desmatamento da região. Isso foi verificado pela redução na diversidade e alteração na composição das espécies (baixa similaridade entre as áreas) da mata primária em direção à pastagem, pelos três métodos de amostragem utilizados. Os
diferentes valores de riqueza de espécies e abundância na coleta de cupins confirmam tais insetos como bons indicadores de alterações ambientais, mesmo quando amostrados apenas com a utilização de iscas de papelão.