Resumo:
Apesar de sua importância, são escassas as informações sobre a
biologia floral do cajueiro no Brasil. Em 1974-75 avaliaram-se, em Pacajus,
CE, dez plantas de cajueiro-comum e dez de anão-precoce. Em cada uma
foram avaliadas 28 panículas por ponto cardeal; dezesseis colhidas aos 30,
45, 60 e 75 dias e as outras doze observadas diretamente nas plantas. Em
cada panícula tomaram-se o comprimento, o número de ramificações, de
botões florais, de flores masculinas e hermafroditas, a duração do
florescimento e o número de frutos jovens e colhidos. Nas panículas
estudadas em laboratório foram estimados a média e o intervalo de
confiança por época de coleta, dentro e entre cada ano de observação e, nas
avaliadas em campo, as médias anuais para cada caráter avaliado. Em ambos
os casos aplicou-se o teste t a 5% de probabilidade. Os principais resultados
foram os seguintes: o cajueiro-comum apresentou superioridade em relação
ao anão-precoce na média da maioria dos caracteres avaliados; as duas
populações apresentaram baixo índice de flores hermafroditas (< 10%); as
panículas com 30 e 45 dias exibiram maior número de flores que as mais
velhas;. panículas com 30 dias já atingiram o comprimento normal pois não
diferiram estatisticamente daquelas com outras idades; a maior concentração
de flores hermafroditas ocorreu aos 45 e 75 dias, respectivamente, para os
tipos anão-precoce e comum; a maior concentração de flores masculinas
ocorreu aos 45 e 60 dias, nos dois tipos de cajueiro; o período médio de
florescimento, nos dois anos, foi de 97,8 dias para o cajueiro anão-precoce
e de 102,2 dias para o comum; a média de frutos colhidos (0,7) em ambos
os tipos foi muito baixa.