Resumo:
Os sistemas de implantação de lavouras tradicionalmente utilizados na Amazônia resultam no uso das áreas desmatadas para o plantio de culturas anuais, nos primeiros anos, sendo convertidas em pastagem quando há diminuição da fertilidade do solo e infestação de plantas daninhas, ou se transformando em capoeiras para uso futuro, o que compromete a sustentabilidade da atividade agrícola nessa região. Na atividade pecuária há uma tendência à eliminação das árvores para formação das pastagens, resultando em ecossistemas homogêneos (monocultivos) em substituição às florestas, que são extremamente diversificadas, chegando a possuir 200 espécies arbóreas por hectare. Os sistemas silvipastoris despontam como alternativa promissora, por serem mais diversificados e potencialmente mais produtivos e sustentáveis que os sistemas pecuários tradicionais. Consistem em sistemas de produção nos quais árvores e arbustos são mantidos ou cultivados em áreas de pastagem, isto é, árvores são plantadas na pastagem ou o pastejo ocorre em plantações florestais ou frutíferas. Este documento fornece princípios gerais, sistematizando e reunindo informações para capacitar, estimular técnicos e produtores rurais e conscientizá-los da importância de implantar sistemas silvipastoris em suas propriedades, de maneira que possam obter as vantagens que esses sistemas podem proporcionar, do ponto de vista social, econômico e ambiental. Ivandir Soares Campos - Chefe-Geral da Embrapa Acre