Resumo:
Manchas atípicas em folhas de cajueiro adulto do clone CAC 35 foram observa-
das em pomares da Fazenda Planalto, em Pio IX, PI, em 2003. Em 2004, sintomas semelhantes foram verificados em mudas do clone CCP 76, em viveiro
do Campo Experimental de Pacajus, da Embrapa Agroindústria Tropical, em
Pacajus, CE. Posteriormente, soube-se que essas mudas foram preparadas e
postas a crescer sob uma velha mangueira. Os sintomas caracterizam-se por
manchas escuras, quase pretas, angulosas quando sobre o limbo foliar, ocorrendo também nas nervuras, principalmente na nervura principal. Em algumas folhas, as manchas ficam circunscritas à nervura principal, podendo se distribuir para as nervuras secundárias, delineando perfeitamente a inervação foliar. Nos frutos verdes, os sintomas são bem visíveis, caracterizando-se por extensas manchas oleosas, escuras, circundadas por uma área úmida (anasarca). Isolado o microrganismo associado a essas lesões, verificou-se que se tratava de uma bactéria, cuja patogenicidade foi confirmada em seguida. Testes fisiológicos, bioquímicos e moleculares, realizados para esclarecer a natureza da doença, permitiram concluir que o agente causal da doença em questão tratava-se da bactéria Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae.