Resumo:
A escassez de melhoria tecnológica tem provocado a estagnação ou a involução de setores agrícolas e extrativistas. O extrativismo de borracha natural do Brasil, por exemplo, tem se mantido estagnado durante mais de um século, com conseqüente perda de competitividade do produto brasileiro frente à produção dos seringais de plantio da Ásia. A coleta de látex de seringueiras nativas da Amazônia ocorre há mais de um século. No entanto, iniciativas de estudos técnico- científicos relacionados ao sistema produtivo a partir do extrativismo, especialmente ao manejo das áreas de coleta, são recentes, existindo grande lacuna de conhecimentos. É necessário estabelecer a definição de novas pesquisas, por meio de critérios que priorizem essas demandas, para evitar desperdício de recursos financeiros (públicos e privados) e de esforço humano, com benefícios ao setor produtivo e ao consumidor. Esses critérios de priorização, por sua vez, devem considerar fatores não somente econômicos, mas também valores sociais e ambientais. Neste sentido, a identificação das demandas servirá como subsídio para implementar políticas públicas de pesquisa, de transferência de tecnologia, socioambientais, de crédito agroindustrial, assim como, de norteadores de investimento para o setor privado (extrativistas e processadores). Os resultados dessas ações deverão trazer melhorias à capacidade competitiva das indústrias de processamento e à sustentabilidade das áreas de reservas extrativistas e outras áreas de conservação, contribuindo, dessa forma, para a preservação da floresta amazônica e de sua biodiversidade. O objetivo deste trabalho foi identificar e priorizar as demandas de natureza tecnológica, resultantes de problemas que atuam como entraves ou “gargalos” ao desenvolvimento do sistema produtivo de borracha extrativa.