Resumo:
Os caracteres de policultivo e de plurianualidade de ciclo de produção conferem aos sistemas agroflorestais (SAFs) dificuldades para avaliação de desempenho econômico e financeiro. Um dos elementos que concorre para isso é a implantação de diversas espécies, normalmente de ciclos de vida diferentes, em uma mesma área de terra, tornando necessário um ajuste para definir o horizonte temporal de análise de custos e receitas. Outro fator que concorre para dificultar a análise é a existência de tratos culturais que beneficiam mais de uma cultura, necessitando distribuir de forma ponderada, entre elas, os custos de realização das práticas, quando se deseja avaliar o desempenho econômico individual das espécies que compõem o sistema. Por outro lado, as análises de rentabilidade mais comumente realizadas consideram a maximização da renda como critério único na tomada de decisão pelos produtores. No entanto, sabe-se que esses agricultores, em especial os pequenos, são aversos a alternativas muito arriscadas. Os modelos que levam em conta o fator risco, oferecendo respostas em termos de probabilidade de sucesso e insucesso de determinado empreendimento, resultam em informações mais completas e confiáveis aos empreendedores, financiadores e formuladores de políticas públicas para o setor. Chama-se a atenção para o fato de que “enquanto os artigos teóricos reconhecem a adoção dos SAFs como uma decisão de investimento, os aspectos de risco e incertezas, que afetam o comportamento do proprietário, têm sido pouco considerados”. Este trabalho propõe uma metodologia para avaliação da rentabilidade e riscos de sistemas agroflorestais e de cada um dos seus componentes culturais.