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A ocupação do Estado do Acre está associada inicialmente à economia de extração da borracha. Este processo iniciou-se na segunda metade do século XIX, quando chegaram os primeiros migrantes, vindos do Amazonas, Pará e principalmente Ceará. A partir da década de 20, o extrativismo da borracha passa a apresentar os primeiros sintomas na fragilidade de seu modelo de exploração, iniciando a decadência da atividade com o abandono de muitos seringais. Como conseqüência, surgiram novas atividades extrativistas, como castanha e madeira, além do plantio de lavouras anuais. Durante a 2a Guerra Mundial, quando os japoneses invadiram as colônias asiáticas, a exploração dos seringais nativos da Amazônia foi retomada para abastecer o mercado internacional. Terminado o conflito, a borracha brasileira oriunda dos seringais nativos, explorada com baixo padrão tecnológico, não fazia frente à concorrência da borracha dos seringais de cultivo do Oriente, com preços e custos operacionais mais baixos. Assim, observou-se a falência do seringalista e, conseqüentemente, a desvalorização das terras do Acre, uma vez que seu valor estava associado ao potencial extrativo da borracha. Este fato favoreceu a entrada do capital especulativo, desarticulando a economia tradicional extrativista, expandiu a pecuária extensiva e, aliado aos conflitos pela posse da terra, redundou em um fluxo migratório do campo para os centros urbanos. Entende-se que a economia extrativa está inserida em um contexto muito mais amplo do que é tradicionalmente analisado, fazendo parte de um processo que termina com a domesticação do recurso natural ou fabricação do sintético. Entretanto, o extrativismo da borracha ainda garante a subsistência de 53% da população rural da Amazônia e assegura condições de mudanças a uma economia mais competitiva. Referindo-se à substituição de parte das florestas por sistemas agrícolas, para atender as necessidades dos habitantes da região que não praticam atividades extrativas e de manejo florestal sustentado, afirma-se que impedir esta atividade, em nome da preservação da floresta, certamente implicaria em custos intoleráveis, provavelmente elevados custos sociais. Fazendo uma analogia para a população que é classificada e sobrevive do extrativismo, a questão é analisar suas condições de vida, verificando na prática as reais necessidades e interesse de mudanças. Considerando o extrativismo um tema polêmico nos debates sobre o desenvolvimento para a região e também a implementação de propostas de desenvolvimento para esta categoria de produtores, realizou-se um levantamento socioeconômico, buscando diagnosticar a realidade destas comunidades, suas dificuldades e identificar as potencialidades visando elaborar propostas alternativas que promovam a melhoria da qualidade de vida desta população, compatibilizando os interesses econômicos com a preservação dos recursos ambientais. |
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