Resumo:
A expressão "agricultura migratória" engloba numerosas formas de cultivo, que na sua forma original tem sido reconhecida como um amplo e duradouro sistema de uso do solo no mundo tropical. É definida como uma forma de agricultura marcada pela rotação de culturas, por pequenos períodos de cultivo, alternando com longos períodos de descanso e caracterizada pela abertura da área envolvendo a derrubada e queima. Dentro deste contexto, o agricultor geralmente derruba e queima a floresta primária ou secundária e efetua o plantio de culturas anuais, como feijão, arroz e mandioca. Após dois ou quatro anos de cultivo, geralmente os agricultores abandonam a área devido a fatores como o empobrecimento químico do solo, surgimento de plantas invasoras, ocorrência de pragas e doenças. Diante desta realidade, uma alternativa para reincorporação das áreas abandonadas seria a implantação de Sistemas Agroflorestais, associados a Meliponicultura (Sistemas Agrosilvomelipona), o que permitiria o cultivo de espécies perenes regionais como cupuaçu, açaí, pupunha, castanha-do-brasil entre outras, além das culturas anuais mencionadas anteriormente. O uso de sistemas agroflorestais na Amazônia, pode vir a se tornar uma alternativa viável. No Acre, estudos buscam difundir esta forma alternativa de cultivo entre pequenos produtores rurais, sem, no entanto, ter dados sobre a sustentabilidade destes sistemas em solos pobres e ácidos. Os solos do Acre são constituídos dominantemente por Podzólicos Vermelho Amarelo Distrófico e Cambissolos Eutróficos, na porção ocidental; e na porção oriental Podzólico Vermelho Distrófico associado a Latossolos Vermelho Amarelo. O objetivo principal deste trabalho é fornecer através de uma pesquisa participativa, elementos para subsidiar o planejamento de ocupação das pequenas propriedades rurais na área de estudo.