Diversas espécies do gênero Pinus, inclusive algumas de origem tropical, vêm sendo amplamente utilizadas na produção de matérias-primas, como madeira e celulose. A espécie Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry é motivo de uma controvérsia taxonômica há mais de 50 anos. Alguns trabalhos consideraram o Pinus tecunumanii uma subespécie de Pinus patula, enquanto outros, uma espécie distinta e mais próxima de Pinus oocarpa. Entretanto, os resultados obtidos apontam para a necessidade de mais informações, para um melhor entendimento da posição taxonômica do Pinus tecunumanii. No presente trabalho, foram avaliadas as espécies tropicais Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham e Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry, com 2n= 24 cromossomos, por meio de técnicas de bandeamento cromossômico fluorescente e AgNOR, a fim de identificar a existência de polimorfismos cromossômicos e variações na quantidade de DNA nuclear, por meio da citometria de fluxo, que possam contribuir para a diferenciação dos três taxa. Pinus oocarpa e Pinus tecunumanii apresentaram 12 bandas CMA3+ intersticiais e coincidentes com as constrições secundárias. Pinus patula apresentou 12 bandas intersticiais, também coincidentes com as constrições secundárias, além de 4 bandas centroméricas. O padrão de bandas CMA3 evidenciou que as constrições secundárias são regiões ricas em bases GC e que o Pinus tecunumanii é mais próximo de Pinus oocarpa que de Pinus patula, no que diz respeito a essa característica. O bandeamento com fluorocromo DAPI não produziu bandas consistentes que permitissem a construção de um padrão. O bandeamento AgNOR não foi estabelecido nas metáfases. Foram observados somente os nucléolos corados em núcleos interfásicos. Estes variaram de 4 a 10 nas três espécies e evidenciaram uma possível inativação e ou fusão de nucléolos. Pinus patula apresentou o maior conteúdo de DNA entre as três espécies com 43,36 pg. Houve variação intra-específica no conteúdo de DNA de quatro procedências do Pinus tecunumanii e esta não apresentou correlação com a origem latitudinal das procedências. A variação no conteúdo de DNA não possibilitou a distinção entre os três taxa.
Several species of the genus Pinus, including some of tropical origin have been widely used in the production of raw materials such as wood and cellulose. Since fifty years ago, Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry species is the center of a taxonomic controversy. Some works considered Pinus tecunumanii as a Pinus patula subspecies, while others considered it as a distinct species closer to Pinus oocarpa. Nevertheless, the results obtained points out the lack of information to a better understanding of the taxonomic status of Pinus tecunumanii. In the present work the tropical species Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham and Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry, with 2n= 24 chromosomes, were evaluated through fluorescent banding and AgNor techniques to identify the existence of chromossomic polymorphisms and variations in the amount of nuclear DNA, by flow cytometry, which can contribute to the differentiation of the three taxa. Pinus oocarpa and Pinus tecunumanii displayed 12 interstitial bands CMA3+ coincident with the secondary constrictions. Pinus patula showed 12 interstitial bands, also coincident with the secondary constrictions beyond 4 centromeric bands. The pattern of bands CMA3 showed that the secondary constriction regions are rich in GC bases and the Pinus tecunumanii is closer to Pinus oocarpa than to Pinus patula, with regard to this characteristic. The banding with DAPI fluorocrome didn’t produce consistent bands to allow the pattern establishment. The AgNOR banding was not established in the methaphases. Only nucleoli in interphase nuclei were clearly observed. Their number ranged from 4 to 10 in the three species and showed a possible inactivation and/or fusion of some of them. Pinus patula displayed the highest content of DNA among the three species with 43.36 pg. There was intraspecific variation in the DNA content of four provenances of Pinus tecunumanii and this does not correlate with latitudinal origin of provenances. The variation in DNA content not allowed the distinction between the three taxa.