O bioma Amazônia é uma das mais importantes reservas de biodiversidade mundial. A sua conservação é fundamental, no entanto, a exploração e o desmatamento das áreas desse bioma têm crescido nos últimos anos, justificando o estudo de como essas atividades têm impactado a biodiversidade local. Uma das formas de se avaliar esse impacto é a utilização de formigas bioindicadoras, cujo estudo possibilita fazer inferências sobre a saúde dos ambientes estudados. No presente trabalho foram estudadas as comunidades de formigas, em áreas do município do Jari-PA, localizado na Amazônia Brasileira. O estudo foi realizado em quatro diferentes sistemas de uso da terra: áreas de reservas floresta primária, corredores de floresta primária, áreas de floresta que sofrem corte seletivo e áreas com plantações de eucalipto. Foram identificadas 150 espécies. As áreas de floresta primária apresentaram 98 espécies, as áreas de corredor de floresta primária apresentaram 77 espécies, as áreas de corte seletivo apresentaram 42 espécies e as áreas de eucalipto apresentaram 84 espécies. Na floresta primária, nos corredores e nas plantações de eucalipto houve o predomínio da subfamília Myrmicinae. Na floresta seletivamente cortada predominaram Myrmicinae e Formicinae. A área de floresta primária obteve a maior riqueza de espécies e foi considerada a mais bem preservada. A segunda maior riqueza foi obtida nos corredores de floresta primária, seguido da floresta seletivamente cortada e das plantações de eucalipto. A composição das espécies, também, apresentou variações conforme o uso da terra. Foram 30 espécies exclusivas para floresta primária, 18 para o corredor de floresta, duas para floresta manejada e 22 para eucaliptal. Na curva de acumulação de espécies, não houve diferenciação da floresta primária com o corredor de floresta primária. Na análise de partição da diversidade γ foi observada uma diversidade β2 de, aproximadamente, 27%. Na análise Indval a floresta primária apresentou uma única espécie com valor significativo de indicação que foi a Pachycondyla laevigata (Smith, 1858).
The Amazon biome is one of the most important reserves of biodiversity worldwide and its conservation is essential. However, exploitation and deforestation in the areas of this biome have grown in recent years. It’s important to know how large the impact that these activities are causing in the biodiversity is. One way to assess this impact is the use of bioindicators, whose study allows inferences about the health of the ambient that are under study. In the present work we study the ant communities in areas of the municipality of Jari-PA, located in the Brazilian Amazon. The study was conducted in four different land uses: primary forest reserve areas, ecological corridors, forest areas suffering from selective logging and areas planted with eucalyptus. 150 species were identified. 98 species were found in the areas of primary forest, 77 in primary forest corridors areas, 42 in selective logging areas and 84 species in the eucalyptus areas. In the primary forest, ecological corridors and eucalyptus plantations were observed the predominance of the subfamily Myrmicinae. In the areas with selective logging predominated the Myrmicinae and Formicinae subfamilies. The area of primary forest showed the highest species richness and was considered the most preserved. The second greatest richness was obtained in the ecological corridors, followed by selective logging areas and eucalyptus plantations. The species composition also showed variations according to land use. 30 species were unique to primary forest, 18 for the forest corridor, two for selective logging and 22 for eucalyptus. In the species accumulation curve, there was no differentiation of primary forest with the ecological corridors. In the analysis of partition γ diversity, was observed a diversity β2 of approximately 27%. In the Indval analysis, the primary forest presented only one species with significant value of indication, that species being the Pachycondyla laevigata (Smith, 1858).