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O Brasil continental tem, evolutivamente, apresentado mudanças no seu perfil de ocupação das terras. O histórico de aproveitamento dos recursos de solos, aliado ao uso de ferramentas de gestão e inovações tecnológicas, produziu uma agricultura moderna e competitiva; entretanto, observa-se ainda a prática de sistemas de produção agrícola rudimentares, tradicionais ou degradados. A dinâmica da agricultura brasileira, desde os históricos “ciclos econômicos” até os dias atuais, mostra a relevância de se entender, de forma adequada, a expansão das culturas agrícolas e os dados que possam orientar novas ampliações, de espécies e produtos para diversos fins, bem como a ocupação competitiva, direta ou indireta, dos recursos de terras nos vários biomas terrestres brasileiros. Neste cenário, o ordenamento territorial constitui um forte instrumento de tomada de decisões, baseado no zoneamento de potencial de produção sustentável das espécies de interesse econômico e de ocupação e usos de solos. No entanto, independentemente da elaboração de zoneamentos para determinadas culturas, é necessário conhecer onde elas têm mostrado maior presença, na medida em que isso pode ser captado pelas estatísticas agrícolas. Nesse sentido, os estudos mostram dois aspectos importantes: a) a concentração (isto é, em termos gerais, umas poucas áreas da Divisão Territorial do Brasil concentram a maior parte da produção de cada cultura); e, b) a dinâmica, na forma em que o termo é usado neste documento, como avaliação do deslocamento (ou movimento) que, em diversas magnitudes, é mostrado pelas diferentes culturas. A concentração e dinâmica de produtos agrícolas, para fins alimentares ou energia de biomassa, foram estudadas para 49 produtos agrícolas brasileiros, e neste trabalho são apresentados os resultados dos estudos de 15 produtos agroenergéticos, no período de 1990 a 2006. Ressalta-se a importância da metodologia utilizada, bem como dos dados originários do IBGE, em três tipos de atividade agrícola: extração vegetal, lavoura e silvicultura. Foram elaborados indicadores estatísticos para avaliar a concentração e a dinâmica dos produtos estudados, nos níveis geográficos de região, unidade da federação e microrregião, o que resulta numa ferramenta eficaz de planejamento e de entendimento da evolução da agricultura no Brasil. Para fins de espécies agroenergéticas, o período considerado é relevante, e passa a ser absolutamente estratégico para o programa de desenvolvimento de agroenergia no Brasil, com base em biomassa. |
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