Resumo:
A crescente demanda mundial por madeira, os incentivos iniciados na década de 60 com a política florestal, os aspectos edafoclimáticos favoráveis, dentre outros contribuem para que o Brasil tenha papel de destaque no cenário mundial e o coloca em posição de grande produtor influente diante de decisões do setor florestal. A colheita florestal é a última etapa do processo de produção e se constitui de um conjunto de operações realizadas no maciço florestal para transformar a madeira em produto final. Por ser uma atividade de elevado custo, a seleção de máquinas e equipamentos e o desenvolvimento de sistemas operacionais constituem o grande desafio para a redução dos custos operacionais de colheita e transporte florestal. Este trabalho foi realizado no sul do Estado do Espírito Santo mais precisamente no Município de Divino São Lourenço. O estudo foi realizado em uma área de plantio de eucalipto em processo de corte com 7 anos de idade com espaçamento 3 x 3 metros com objetivo de produção de celulose. Os custos operacionais foram estimados pela metodologia proposta pela FAO segundo MACHADO e MALINOVSKI (1988). Os tempos gastos com abate, traçamento e deslocamentos de serviço foram considerados parte o tempo efetivo de trabalho (Hf corte). Desta forma, em uma jornada de 380 minutos, cerca de 210 minutos, ou seja, 55,26% da jornada foi efetivamente composta pela atividade de corte. A produção diária média por equipe de motosserra foi de 26,56 m3 de madeira com casca. A produtividade por hora efetiva de trabalho da atividade de corte florestal foi de 7,59 m3.h-1 de madeira com casca. Os valores médios do custo de produção (R$/m3), que foi de R$ 6,35 e o custo operacional (R$.h-1), que foi de R$ 48,16 para operação de corte semimecanizado em madeira de eucalipto com casca em áreas declivosas. Deste total, A mão de obra foi o custo que mais contribuiu para o valor final com 76,04%. Os custos fixos somaram apenas 0,23% do total, os custos de administração são 9,09% e os custos variáveis 14,65%. Portanto, a mão de obra deve ser extremamente especializada, visando um maior número de horas efetivas de trabalho, a fim de aumentar a produtividade e a redução de custos.