O presente trabalho teve por objetivo avaliar os possíveis efeitos do estresse hídrico no crescimento, nas características morfológicas e fisiológicas de dois materiais genéticos distintos de Eucalyptus urograndis. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, campus de Botucatu nos meses de março a julho de 2005. O manejo hídrico foi estabelecido com base no potencial de água no solo. Foram estabelecidos dois níveis de água, fazendo-se a reposição da água evapotranspirada por pesagem dos vasos. Foram utilizados dois clones, 105 e 433 de Eucalyptus urograndis, sendo o primeiro mais resistente ao déficit hídrico e o 433 mais sensível ao estresse. O ensaio constituiu-se de um fatorial 2X2 (dois níveis de água x dois materiais genéticos). Para o manejo hídrico as plantas eram irrigadas ao atingirem um potencial de água no solo de -0,03 MPa ou -1,5 MPa. As avaliações realizadas foram: altura da parte aérea, diâmetro do colo, área foliar, massa seca da parte aérea, massa seca da parte radicular, resistência estomática, transpiração, temperatura foliar e potencial de água na folha. Foram realizadas quatro avaliações morfológicas durante os 75 dias após o plantio, avaliações diárias de sobrevivência e uma avaliação fisiológica ao longo do dia, ao final do experimento. Os resultados indicaram influência dos tratamentos nas características morfológicas nas diferentes épocas de avaliação. Na avaliação aos 70 dias após implantação, apenas a altura da parte aérea e matéria seca da parte aérea foram maiores estatisticamente no clone 433, em relação ao 105. O inverso ocorre nas outras épocas. Tratamentos sem estresse hídrico tiveram maior desempenho em todas características estudadas, não havendo influência dos clones. Os potenciais de água na planta foram menores às 14:15 h. A resistência estomática acompanhou os potenciais, apresentando maiores valores nos tratamentos submetidos à deficiência hídrica, com mais intensidade no clone 433, tal como ocorreu com o potencial de água na folha. A transpiração também acompanhou o potencial de água na folha e a resistência estomática com maior intensidade no clone 105 tanto na comparação entre plantas estressadas como nas não estressadas. Conseqüentemente, as temperaturas das folhas tiveram valores mais elevados no clone 433, no tratamento estressado. Assim, conclui-se que há um melhor desempenho das plantas mantidas a um potencial de água no solo de -0,03 MPa e comprova-se a maior resistência ao estresse hídrico pelo clone 105.
The present study had as its objective the assessment of the possible effects of hydric stress on the growth, morphological and physiological characteristics of two different genetic materials from Eucalyptus grandis. The experiment was carried out in a greenhouse at Faculdade de Ciências Agronômicas of UNESP, campus Botucatu from March to July, 2005. The hydric management was established based in the soil water potential. Two water levels were established, doing the evapotranspired water replacement by vase weighing. Two clones were used, Eucalyptus grandis 433 and 105, being the first one more resistant to the hydric deficit and the 105 more sensitive to stress. The study was made from a 2X2 factorial (two levels of water x two genetic materials). For the hydric management, the plants were irrigated when they reached a water potential through the soil of -0.03 MPa or -1.5 MPa. The assessments made were: aerial part height, diameter, leaf area, aerial part dry mass, root part dry mass, as well as stomatic resistance, transpiration, leaf temperature and leaf water potential. Four morphological evaluations were carried out throughout the seventy five days after planting, daily survival evaluations and one physiological throughout the day, in the end of the experiment. The results indicated influence of the treatments in the morphological characteristics in different evaluation periods. When the evaluation was carried after seventy days of implantation, only the aerial part height and the aerial part dry mass were statistically higher for clone 433, compared to clone 105. The opposite occurs in other periods. Treatments without hydric stress had a higher performance in all studied characteristics, being that the clones had no influence. At specific times of day measured, the water potentials were the lowest at 14:15. The stomatic resistance followed the potentials, showing higher values in the treatments submitted to hydric deficiency, more intensely for clone 433, being that this happened with the leaf water potential. The transpiration also followed the leaf water potential and the stomatic resistance more intensely for clone 105 both comparing stressed plants and non-stressed plants. Consequently, the leaf temperatures had higher values for clone 433, on the stressed treatment. Thus, it can be concluded that there is a better performance in plants kept on a soil water potential of -0.03 MPa and a higher resistance to hydric stress for clone 105 can be proved.