O crescente uso de carvão vegetal na indústria siderúrgica levantou questões como a influência da qualidade do carvão de diferentes espécies no processo produtivo em altos- fornos e os prejuízos ambientais relacionados ao desmatamento de matas nativas para obtenção de matéria prima. Diante dessa problemática, este estudo teve por objetivo realizar a comparação da qualidade do carvão de Eucalyptus sp. e de espécies nativas do cerrado produzidos via processos distintos, em laboratório e em forno industrial. Coletou-se a madeira das espécies Pterodon pubescens, Copaifera langsdorffii, Sclerolobium paniculatum, Qualea grandiflora, Vochysia ferruginea, Caryocar brasiliense, Pisonia sp. e Eucalyptus sp. na Fazenda Água Limpa (FAL), Brasília-DF, para produção de carvão em laboratório. O carvão de espécies nativas do cerrado e de Eucalyptus sp. gerados via fornos industriais, por sua vez, foram fornecidos pela Companhia Votorantim Siderurgia, Vazante-MG. De posse das amostras de material carbonizado, conduziram-se as análises de teor de cinzas, de matéria volátil, de carbono fixo e de poder calorífico superior dos diferentes tratamentos. Para o carvão de Eucalyptus sp. e o de mistura de espécies do cerrado produzidos em laboratório, apenas o teor de cinzas registrou diferença significativa entre os tratamentos. Nos testes realizados nas amostras de carvão produzidas em forno industrial, no entanto, a 5% de significância, somente o teste de teor de matéria volátil foi considerado igual. A partir dos resultados obtidos para o carvão vegetal fornecido pela Votorantim Siderurgia, classificou-se o de mistura de espécies do cerrado como de qualidade inferior para o uso siderúrgico, quando comparado ao eucalipto.
Continuous increase in charcoal use in steel industry has raised some issues: the effect of charcoal quality from different woods species on production in blast furnaces, and the deforestation problems related to the search for raw material. Therefore, this study aims to compare the charcoal quality of native cerrado species and Eucalyptus sp.. Both charcoals have been produced in different processes, in a laboratory and in an industrial furnace. For this study, wood from the species Pterodon pubescens, Copaifera langsdorffii, Sclerolobium paniculatum, Qualea grandiflora, Vochysia ferruginea, Caryocar brasiliense, Pisonia sp. and Eucalyptus sp. was collected at Fazenda Água Limpa (FAL), Brasília-DF, and used for charcoal production in the laboratory. By contrast, wood from native cerrado species and Eucalyptus sp. was provided and turned into charcoal using the industrial furnace by the Votorantim Siderurgia Company, Vazante-MG. The carbonized material samples were then subjected to four tests: fixed carbon, volatile matter, ashes and superior calorific value. Only the ash content test registered a significant difference between laboratorial charcoal from Eucalyptus sp. and from a mixture of cerrado species. However, samples produced in the industrial furnace were only considered equal at a level of 5% significance in the volatile matter test. The results from industrial samples show that charcoal mixture of cerrado species is worse for steel industry use than Eucalyptus sp. charcoal.