O efeito de clareiras naturais e artificiais nos anéis de crescimento e na área de vasos na seção transversal de espécies florestais foi estudado numa área de floresta primária de terra-firme no município de Novo Aripuanã (AM) (S 5° 18' W, 60° 04'). O propósito deste estudo foi contribuir pa ra o entendimento da dinâmica da floresta primária na Amazônia Central no tocante aos fatores de clareira (15 pré- existentes: > 4 anos / 15 novas: ≤ 1ano), condição edáfica, microclimática e competição entre árvores vizinhas para enriquecer o campo de manejo florestal sustentável. A fitossociologia em volta das clareiras naturais foi estudada para compreender o efeito das clareiras naturais. A clareira artificial foi parcela para sistema de enriquecimento em linha estabelecida em 1996. Os anéis florestais e a área de vasos das espécies de DAP ≥ 5cm, ao nível de comunidade e de oito espécies representativas quantitativamente, foram observados em visão macroscópica e imagem digital. Para determinação da periodicidade cambial, foi aplicada incisão no câmbio vascular (janela de Mariaux) durante um ciclo. Em 79% das espécies (179 espécies.) coletadas, foram visíveis os anéis de crescimento com e sem lente (x 10). Baseando-se em quatro tipos de anéis de crescimento, verificou-se que 72 % das espécies formam anéis de crescimento pela diferenciação de fibra. A média de largura dos anéis de 115 espécies (n = 384), antes e depois de abertura das clareiras foi 1,77 (± 0,04) mm.ano-1 (α=0,05) e 2,46 (± 0,05) mm.ano-1, respectivamente (P = < 0,001). A média da área de vaso de 148 espécies (n = 399) aumentou de 0,062 (± 0,002) para 0,071 (± 0,004) mm2.mm- 2 .ano-1 (α = 0,05) depois da abertura (P = < 0,001). A magnitude da resposta foi evidente, principalmente nos indivíduos menores. A mesma tendência foi vista na borda da linha de enriquecimento, na largura dos anéis (P = < 0,001) e na área de vaso (P = < 0,05). A mesma diferença de anéis e da área de vaso foi nítida nas clareiras maiores. A dinâmica da floresta local foi considerada elevada, possuindo baixo tempo de renovação (73-119 anos), e sua diversidade florística foi considerada alta (706 morfoespécies com DAP ≥ 5 cm / 1,9 ha). Diferentes valores de fluxo do calor e umidade do solo foram medidos em três tamanhos de clareira: Grande > Médio > Pequeno. Observou-se também maior concentração de macro e micronutrientes (N-total, C-total, Mg, Mn e Al) nas clareiras grandes e novas. Estas combinações de fatores abióticos em clareiras influenciam o desenvolvimento das árvores menores e a manutenção da diversidade local.
The effect of natural and artificial gaps on tree growth rings and vessel area in transverse section of trees was evaluated in primary terra-firme forest in the municipality of Novo Aripuanã (AM) (S 5° 18', W 60° 4'). The objective of this study 0 is to contribute to the understanding of primary forest dynamics in Central Amazonia, through the study of the factors of gap (15 pre-existing gaps: > 4years / 15 new gaps: ≤ 1year), soil condition, microclimate and a competition among neighbor trees, in order to give support to sustainable forest management in the area. The phytosociology around the natural gaps was studied to understand the natural gap effect. The artificial gap was a plot for enrichment planting system area established in 1996. The growth rings and vessel area of tree species (DBH ≥ 5cm) at the community level and eight quantitatively representative species were studied macro and microscopically, with digital imagery. To determine cambial periodicity, incision in the vascular cambium (Mariaux window) was applied during one circle. In 79% of the the species sampled (179 species), growth rings were visible with and without the use of a lens (x 10). Based on four types of growth rings, 72 % of the species formed growth rings by fiber differentiation in the ring. The mean ring width of 115 species (n = 384) before and after gap opening was 1,77 (± 0,04) mm.year-1 (α = 0,05) and 2,46 (± 0,05) mm.year-1, respectively (P = < 0,001). For the mean vessel area of 148 species (n = 399) increased from 0,062 (± 0,002) to 0,071 (± 0,004) mm2.mm-2.year-1 (α = 0,05), after the gap opened (P = < 0,001). The magnitude of the response was evident, mainly in smaller individuals. The same tendency was observed in the border of the enrichment line for growth ring width (P = < 0,001) and vessel area (P = < 0,05). The same difference of growth rings and vessel area was also clear in large gaps. The local forest dynamics was considered high, with a short turnover (73–119 years) and a high diversity (706) morphospecies / DBH ≥ 5cm / 1,9 ha). Different values of heat flux and soil humidity were measured in gaps of different sizes: large > medium > small. Greater concentrations of macro and micronutrientes (N-total, C-total, Mg, Mn, and Al) were also measured in large, new gaps. These combinations of abiotic factors in gaps influence the development of small trees, and the maintenance of local diversity.