Resumo:
A eficiência na detecção e monitoramento dos incêndios florestais são fundamentais para o controle do fogo, redução dos danos e dos custos nas operações de combate. Por isso fazem-se necessários métodos mais eficientes para detecção de incêndios florestais, permitindo assim uma ação mais rápida e auxiliando na tomada de decisão. O sensoriamento remoto pode ser mais um instrumento para auxiliar na prevenção e combate aos incêndios florestais. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a eficiência do sensor EOS/MODIS e do sensor NOAA/AVHRR na detecção e registro de incêndios e queimadas. Para isso, foram utilizadas imagens do produto MODIS/AQUA THERMAL ANOMALIES (MYD14), do satélite EOS/MODIS/AQUA, visando o levantamento das ocorrências de focos de fogo; imagens do produto MODIS/AQUA VEGETATION INDICES (MYD13), para avaliar a relação entre os incêndios registrados e a probabilidade de ocorrência de incêndios. Além disso, dados de focos de calor do sensor NOAA/AVHRR 12 e 16 foram coletados, a fim de compará-los com as informações obtidas das imagens do sensor MODIS. Essas informações também foram associadas com o índice de risco de incêndio, originados pela Fórmula de Monte Alegre (FMA), para a região de Viçosa, visando a confirmação das ocorrências e a determinação da estação normal do fogo. A área de estudo compreende partes das Mesorregiões da Zona da Mata, Metropolitana de Belo Horizonte, Campos das Vertentes e Vale do Rio Doce, no Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas: Latitude 1/Sul: 21o12’2,42’’; Longitude 1/Oeste: 43o36’59,65’’; Latitude 2/Sul: 19o15’46,34’’; Longitude 2/Oeste: 41o51’10,74’’. O tamanho da área era de, aproximadamente, 38.372 km2. O município de Viçosa, que se encontra na mesorregião Zona da Mata, foi um dos objetos deste estudo. Os resultados mostraram que o produto MYD14 foi eficiente para o registro de ocorrências de incêndios apresentando o maior número de focos detectados nas classes “baixa”, “média” e “alta confiança de fogo” (578 para o ano de 2004) em relação aos focos de calor detectados pelos sensores NOAA/AVHRR-12 e NOAA/AVHRR-16 (153 focos para todo o ano de 2004). O produto MYD 13 não se mostrou adequado para avaliar o risco de incêndios, devido às divergências entre suas classes e os focos de calor detectados pelo AVHRR/NOAA 12 e 16. O índice de risco de incêndios FMA analisado para os municípios de Viçosa, Belo Oriente, São Domingos do Prata, Antônio Dias e Santa Bárbara mostrou-se coerente com o período de maior probabilidade de ocorrência de incêndios (julho a outubro), confirmando os dados dos sensores trabalhados, os quais mostraram maior concentração de focos no período de julho a novembro, considerado neste trabalho como período crítico.