O objetivo desta pesquisa foi avaliar fatores ergonômicos em atividades de implantação florestal, subsidiando a tomada de decisão para melhoria do conforto, saúde e segurança dos trabalhadores florestais. O estudo foi realizado em uma empresa florestal localizada nas regiões do Norte Pioneiro e Campos Gerais, Estado do Paraná, envolvendo as atividades de plantio manual, com aplicação de hidrogel; adubação de base; aplicação de herbicida e roçada semimecanizada. Na pesquisa foram estudados os fatores humanos e as condições do trabalho, por meio de questionários aplicados aos trabalhadores na forma de entrevistas individuais. Foi determinado o perfil antropométrico da população por meio de 41 medidas coletadas em 250 trabalhadores da implantação florestal. As principais variáveis antropométricas foram relacionadas com as ferramentas utilizadas em cada atividade, propondo quando necessário, adequações de acordo com as medidas da população nos percentis de 5; 50 e 95%. Foi ainda realizada uma avaliação de desconforto postural com o uso de um questionário com o mapa de desconforto postural, por meio de entrevistas individuais aos trabalhadores, que permitiu identificar a frequência de ocorrência e a intensidade de desconforto/dor em diferentes regiões do corpo para cada atividade. Além disso, foi realizada uma avaliação biomecânica com o uso de filmagens dos trabalhadores em três percentis, classificados conforme a estatura da população, (5, 50 e 95%), para cada uma das atividades, sendo os dados analisados no “software” 3DSSPP (Programa de Predição de Postura e de Força Estática 3D). Os resultados demonstraram que a idade média dos trabalhadores foi aproximadamente 35 anos, 89,23% é de origem rural, 52% são casados e 77,53 % são de baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto). Quanto ao tempo de serviço na empresa, a média foi de 14,9 meses e o tempo médio de experiência na função de 12,46 meses. A estatura média dos trabalhadores é de 156,8, 167 e 178,5 cm, respectivamente, representado nos percentis de 5, 50 e 95%. Os resultados da avaliação antropométrica demonstraram a necessidade de ajustes em alguns equipamentos e que sejam adaptadas às variações antropométricas dos trabalhadores, tais como as dimensões dos pés, das mãos, distância de alcance dos braços, estatura em pé, entre outros. Os questionários de desconforto/dor comprovaram que as regiões mais problemáticas foram os ombros e as pernas, podendo estas serem justificadas devido ao peso transportado e devido as distâncias percorridas em locais de difícil acesso e ainda com resíduo da colheita florestal. Nas avaliações biomecânicas as articulações do quadril e ombros foram as mais afetadas, porém com pouco risco de lesão aos trabalhadores. Nas atividades de plantio e adubação, os trabalhadores mais altos (percentil 95%) apresentaram maiores riscos potenciais de lesão, do que os trabalhadores mais baixos, que pode ser justificado pela postura inadequada adotada em consequência das dimensões inadequadas das ferramentas utilizadas na execução das atividades florestais.
The objective of this research was to conduct an assessment of ergonomic factors in implementing forest activities, aiding the decision making for improved comfort, health and safety of forest workers. The study was conducted in a forestry company located in the northern region and in the pioneering fields doss General, State of Parana, planting activities involving the manual, with application of gel, the fertilizer, herbicide application, mowing and semi mechanized. In research studies on the human factors and working conditions through interviews applied in the form of individual questionnaires to employees. It was established the anthropometric profile of the population over 41 measurements collected in 250 forestry workers deployment. Being the main anthropometric variables related to the tools used in each activity, proposing adjustments where necessary in accordance with the measures of the population in percentiles 5%, 50% and 95%. Was also carried out an assessment of discomfort with the use of a questionnaire with map of postural discomfort, also through interviews with workers, which allowed us to identify the frequency of occurrence and intensity of discomfort pain in different body regions for each activity . In addition, we performed a biomechanical evaluation using footage of workers in three percentiles, classified according to the stature of the population (5%, 50% and 95%) for each activity, and the data analyzed in the "software "3DSSPP Program (Prediction of Static Force Posture and 3D). The results show that the average age of workers was about 35 years, is 89.23% of rural origin, 52% are married and 77.53% are of low education (elementary school). As for length of service in the company, the average was 14.9 months and median time to experience in the position of 12.46 months. The stature of the workers is 156.8, 167 and 178.5 cm respectively representing percentiles 5%, 50% and 95%. The results of anthropometric evaluation showed a need for tools with different settings and adapted to variations of anthropometric workers, such as the dimensions of the feet, hands, arms reach away, standing height, among others. The questionnaires discomfort pain proved that the most problematic regions are the shoulders and legs, which can be justified due to the weight carried and because the distances traveled in areas of difficult access and with residue from timber harvesting. In biomechanical evaluations the hip and shoulder were the most affected, but with little risk of injury to workers. In the activities of planting and fertilizing, workers higher (95% percentile) had greater potential for injury than workers in the 5% percentile (lower workers), which can be justified due to improper posture adopted because of the dimensions the tools used.