A fragmentação das florestas nativas paranaenses ocorreu intensamente nas últimas décadas, impulsionada principalmente pelo avanço das fronteiras agrícolas. Muitas destas áreas são protegidas por lei, e devem ser preservadas devido a sua função ecológica, como é o caso das florestas ripárias. A revegetação destas áreas é fundamental, visto sua relação com a qualidade e sustentabilidade dos recursos hídricos. O presente estudo objetivou avaliar a formação inicial de uma floresta ripária utilizando indicadores de qualidade do solo e o desenvolvimento de duas espécies arbóreas nativas, submetidas a diferentes adubações e coberturas de solo. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Gralha Azul, pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Paraná, localizada no município de Fazenda Rio Grande. Os tratamentos constaram de floresta ripária remanescente nativa (considerada área de referência), testemunha, sucessão nabo/crotalária, sucessão ervilhaca/feijão guandu, sucessão aveia preta/mucuna preta, adubação orgânica, calcário, adubação NPK, adubação NPK + calcário, adubação NPK+ calcário + orgânica. Nos tratamentos foram plantadas as espécies arbóreas Mimosa scabrella (bracatinga) e Schinus terebinthifolia (aroeira). Foram realizadas análises químicas, biológicas e físicas do solo e mensurado o crescimento inicial (altura, diâmetro) e sobrevivência das arbóreas nativas bracatinga e aroeira. Os tratamentos com aplicação de NPK, NPK+cal e NPK+cal+org apresentaram os maiores índices de cobertura de solo e intensidade da vegetação espontânea. Os diferentes tratamentos influenciaram significativamente a fertilidade do solo, a população e atividade microbiana, enquanto as características físicas do solo não foram alteradas. Decorridos doze meses após o plantio observou-se que a adubação mineral e calagem foram responsáveis pelo maior incremento em diâmetro e altura da bracatinga e da aroeira. Conclui-se que a adubação mineral foi importante para o estabelecimento das espécies arbóreas nativas testadas.
The fragmentation of the Paraná State's native forests has occurred intensively in recent decades, driven mainly by the expansion of agricultural frontiers. Many of these areas are protected by law and should be preserved because of their ecological function, such as the riparian forests. Regarding the relation of these areas with the quality and sustainability of water resources, the revegetation is essential. The present study aimed to evaluate the initial formation of a riparian forest using indicators of soil quality and the development of two native tree species under different fertilization and cover crops. The experiment was conducted at the Gralha Azul Experimental Farm, belonging to the Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), located in the municipality of Fazenda Rio Grande. The treatments consisted of native remaining riparian forest (considered a referential area), witness, succession of turnip / crotalaria, vetch / faba bean, black oat / velvet bean, organic fertilizer, lime, fertilization NPK, fertilization NPK + lime and fertilization NPK + lime + organic fertilization. During the treatments, the Mimosa scabrella (bracatinga) and Schinus terebinthifolia (aroeira) species were planted. Chemical, biological and physical soil analyzes were performed and measured the initial growth (height, diameter) and survival of the native trees bracatinga and mastic. The treatments with application of NPK, NPK + lime and NPK + lime + org showed the highest levels of soil covering and intensity of spontaneous vegetation. The different treatments influenced significantly the soil fertility, microbial population and activity, whereas soil physical characteristics have not changed. Within twelve months after planting, it was observed that the mineral fertilizer and lime were responsible for the greatest increase in diameter and height for bracatinga and in height for mastic. We conclude that the mineral fertilization and lime were important for the establishment of these tree native species tested.