O Brasil por apresentar grandes dimensões cultiváveis, solos e condições climáticas
adequadas afigura-se como um dos maiores fornecedores de matérias primas para a
produção de bioenergia, ocupando o terceiro lugar. Dentre as biomassas disponíveis para
este fim os resíduos agrícolas ocupam lugar de destaque, por ser o Brasil um grande
produtor de grãos. Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo analisar o
potencial energético dos resíduos da cultura do milho e do epicarpo do pinhão manso.
Foram coletados o sabugo, a palha, as folhas e o caule cultivados em Brasília-DF na
Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília do milho e o epicarpo proveniente de
cinco acessos (107, 133, 169, 190 e 259) cultivados em Planaltina-DF na Embrapa
Cerrados. Foram determinados a densidade básica, a densidade energética, o poder
calorífico, os teores de material volátil, cinzas e carbono fixo e para os resíduos do milho a
massa seca por hectare e o carbono fixado. Os resultados mostram que os quatro tipos de
resíduos da cultura do milho podem ser utilizados na geração de energia. Mas dentre eles,
há uma superioridade do caule e da folha, na produção de biomassa e na fixação de
carbono, produzindo juntos em torno de 70% da biomassa total. No entanto quando se
analisa o potencial energético por unidade de volume a palha da espiga se destaca com
mais que o dobro da densidade energética do caule e da folha. Desta forma mesmo tendo
um teor de cinzas maior que o caule e o sabugo a palha da espiga produz mais energia por
unidade volumétrica. Comparada a cultura do pinhão manso, os resíduos da cultura do
milho podem superar em 10 vezes a produção de epicarpo, no entanto a produção de
energia por unidade de volume é muito semelhante aquela apresentada pelos resíduos do
milho e estão na casa de 1000.000kcal/m3. O presente estudo mostra uma semelhança entre
as características estudadas dos cinco acessos considerados, no entanto, pela análise pode-se observar uma superioridade do acesso 190 com maior produção de energia por unidade
volumétrica, maior poder calorífico e um dos menores teores de cinzas.
Brazil is a country with great availability of arable areas, as well as adequate soil and
weather conditions, standing out as the world’s third greatest bioenergy production raw
material supplier. Once Brazil is a great crop producer, agricultural waste plays a major
role among the available kinds of biomass. Considering the information above, the aim of
this study is to analyze the energetic potential of maize culture waste, as well as that of the
Barbados nut epicarp (jatropha curcas L.). For this purpose, corncob, husk, leaves, and
stalk samples were collected from plants grown in Brasilia – DF (Brazil) at the University
of Brasilia Experimental Farm (Fazenda Água Limpa – FAL). Barbados nut epicarp
samples were collected from five entries (107, 133,169,190, and 259), cultivated in
Planaltina – DF, at Embrapa Cerrados Farm. Analyses were carried out to determine
amounts of basic density, energetic density, heating power, volatile matter percentage,
ashes and fixed carbon; and for maize waste, the amount of dry mass per hectare and
settled carbon were also analyzed. Results have shown that the four types of maize waste
are suitable for energy generation. However, stalk and leaves have presented superior
performance regarding biomass production and carbon settling, producing about 70% of
the total biomass amount. Nevertheless, when energetic potential per volume unit is
analyzed, ear husk stands out displaying more than twice the energetic density amount
presented by stalk and leaves. Thus, even presenting an ash content bigger than those of
stalk and corncob, maize husk produces more energy per volumetric unit. In comparison
with Barbados nut culture, maize culture wastes can exceed in 10 times Barbados nut
epicarp productive performance, though its energy production per volume unit is quite
similar to that presented by maize wastes and is around 1,000,000 kcal/m3. The results of
the study have shown some similarity among the five entries studied; however, it was
possible to observe a superiority of entry 190, which showed higher energy production per
volumetric unit, higher heating power, and one of the smallest ash contents registered.