A destruição da vegetação nativa provocada pelo homem é uma das principais causas da perda da biodiversidade no mundo. A criação de unidades de conservação, por sua vez, é uma das principais estratégias de conservação in situ, mas não consegue evitar a fragmentação que impede o fluxo de genes e movimentação da biota, necessários à manutenção das espécies, habitats e ecossistemas em longo prazo. Para tentar contornar o problema, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação criou a estrutura dos mosaicos, que podem proporcionar a gestão do território de forma socialmente participativa levando-se em conta a conservação da biodiversidade. Este trabalho tem o objetivo de verificar em que medida a boa gestão dos mosaicos de unidades de conservação pode contribuir para a conservação da biodiversidade, em particular da Mata Atlântica. Para tanto, analisou experiências na gestão de mosaicos e corredores ecológicos, tanto no Brasil como no exterior. Constatou-se que existem, no Brasil e no mundo, poucas experiências relativas à gestão territorial através dos mosaicos, e nenhuma delas ainda permite uma avaliação qualitativa. Mesmo no meio científico, não existem evidências tão claras quanto a eficiência dos corredores que conectam os fragmentos no mosaico. As experiências observadas permitem inferir que os mosaicos são uma aposta na solução para o problema da perda da biodiversidade pela fragmentação de habitats. A estrutura do mosaico promove a complementaridade entre as várias estratégias disponíveis. Existem instrumentos suficientes para a gestão territorial dos mosaicos com vistas à conservação da biodiversidade no caso brasileiro, mas que, no entanto, precisam ser bem organizados e planejados para se atingir este fim. Os projetistas devem estar atentos não apenas aos elementos biofísicos, mas também a fatores socioeconômicos e políticos. O fluxo de genes e a movimentação da biota podem ser obtidos de formas distintas a partir das várias opções de gestão territorial propiciadas pelos mosaicos, respeitando os limites impostos pelos instrumentos de normatização do uso do solo e zoneamento.
The destruction of primary vegetation aggravated by human beings is one of the main reasons of biodiversity loss in the entire world. The creation of protected areas, on the other hand, is one of the major strategies for in situ conservation. However, it is not enough to shun the fragmentation, which avoids the free flow of genes and biota movement, required to the maintenance of species, habitats and ecosystems in a long-term basis. In order to circumvent this problem, the National System of Protected Areas in Brazil – SNUC has created the arrangement of mosaics, which are able to promote land management with social participation, considering biodiversity conservation. The objective of this dissertation is to examine in which level the good management of protected areas mosaics are able to contribute to biodiversity conservation, primarily in the Atlantic Rainforest biome. To do so, it analyzed mosaics and biologic corridors administration both in Brazil and in foreign countries. It became noticeable that there are, in Brazil and in the world, few experiences related to land management through the mosaic structure, and none of them still allows qualitative evaluations. Even inside the academy, there is no clear evidence concerning the effectiveness of biological corridors, which connect fragments inside the mosaic. Observed experiences allow deducing that mosaics might be, in fact, a good solution for the problem of habitat fragmentation and biodiversity loss. Mosaic structure promotes complementary efforts among several available strategies. There are enough instruments for mosaic land management in Brazil with regard to biodiversity loss. However, they need to be well organized and planed to achieve such a goal of protecting biodiversity. Designers must be aware not only of biophysical elements, but also of socioeconomic e political factors. The flow of genes e biota movement can be obtained through different strategies provided by the mosaic structure, respecting the limits imposed by other land management instruments.