O epifitismo constitui uma característica marcante de florestas tropicais úmidas, fazendo destes ambientes um dos ecossistemas mais complexos do globo. No entanto, para ecossistemas rupestres, os dados existentes na literatura sobre esta sinúsia são escassos. Desta forma, a composição florística e os padrões de diversidade e distribuição vertical de epífitos vasculares foram realizados sobre o forófito focal Pseudobombax aff. campestre, amostrados em complexos rupestres em granito no Sul do Espírito Santo. Espécies epifíticas foram coletados entre os anos de 2010 a 2012, sendo complementadas através de consulta de material depositado no herbário MBML referentes as localidades estudadas. Foram registradas 151 espécies, 77 gêneros e 21 famílias de epífitos vasculares, onde Orchidaceae e o gênero Epidendrum, apresentaram as maiores riquezas. Onze espécies tiveram seu primeiro registro para o Espírito Santo e dezesseis enquadraram-se em alguma categoria de ameaçada. A relação com o forófito mais diversificada foi a dos holoepífitos característicos, seguido por holoepífitas acidentais. Análises de similaridade evidenciam a formação de floras distintas entre as populações de P. aff. campestre estudadas e outros levantamentos do sul e sudeste do Brasil. No estudo quantitativo, foram amostrados 90 forófitos, divididos em cinco zonas ecológicas. Em cada uma das zonas foram atribuidas notas à dominância das espécies epifíticas, de acordo com a sua biomassa. Foram registradas 142 espécies de epífitos vasculares, com índice de Shannon de 4,44 e a equidade de 0,90. Nenhuma espécie se destacou amplamente em importância, sendo Rhipsalis teres, Vriesea lubbersii, Bulbophyllum cantagallense e Microgramma squamulosa as que ocuparam as primeiras posições. Maior riqueza, diversidade e equidade foram associadas às raízes superficiais, onde holoepífitas acidentais e facultativas são abundantes. A distribuição das espécies ao longo das zonas dos forófitos evidenciou maior semelhança florística entre os estratos de maior proximidade, que distinguiu dois grupos, um de copa e outro da base dos forófitos. A ordenação das 35 principais espécies evidenciou a existência de 13 espécies associadas com alguma zona de P. aff. campestre, no entanto, 63% das espécies, tiveram ampla distribuição sobre as zonas dos forófitos. O diâmetro e a altura dos forófitos apresentaram alta correlação com a riqueza epifítica. A elevada riqueza e diversidade encontrada sobre Pseudobombax aff. campestre, certamente relaciona-se as estruturas morfológicas peculiares deste forófito, permitindo ampla colonização da flora epifítica. Este forófito, certamente resguardou uma flora epifítica pretérita, advinda das florestas que faziam contato com os limites dos afloramentos estudados, sendo esta, uma espécie nucleadora de biodiversidade em complexos rupestres em granito do sudeste brasileiro.
The epiphytism is a hallmark of tropical rainforests, making these environments one of the most complex ecosystems on the globe. However, to rupestrian ecosystems, existing data in the literature on this sinusiae are scarce. Thus, the floristic composition and diversity patterns and vertical distribution of vascular epiphytes were performed on the host tree focal Pseudobombax aff. campestre, sampled in granite rupestrian complexes in southern Espirito Santo state. Epiphytic species were collected between the years 2010 to 2012, and recorded 151 species, 77 genera and 21 families of vascular epiphytes, where Orchidaceae and genus Epidendrum, had the highest wealth. Ten species had their first record for the Espírito Santo State and sixteen framed in a threatened category. The relationship with the most diversified phorophyte was true epiphytes characteristic, followed by holoepiphytes accidental. Analysis of similarity showed the formation of distinct floras studied areas and other surveys of the southern and southeastern Brazil. Quantitative study sampled 90 phorophytes divided into five ecological zones. In each zone scores were given to the dominance of epiphytic species according to their biomass. We recorded 142 species of vascular epiphytes with Shannon index of 4.44 and equity of 0.90. No species is widely emphasized in importance, being Rhipsalis teres, Vriesea lubbersii, Bulbophyllum cantagallense and Microgramma squamulosa those that occupied the top positions. Richness, diversity and fairness were associated with shallow roots, where holoepiphytes accidental and voluntary abound. The species distribution along the areas of phorophytes showed greater floristic similarity between the strata of proximity, which distinguished two groups, one cup and one base phorophytes. The ordering of the 35 main species revealed the existence of 13 species associated with some zone P. aff. campestre, however, 63% of species had a wide distribution of areas phorophytes. The diameter and height of phorophytes showed high correlation with wealth epiphytic. The high richness and diversity found on Pseudobombax aff. campestre, certainly relates to the morphological structures of this peculiar phorophyte, allowing ample colonization of epiphytic flora. This phorophyte certainly guarded one epiphytic flora past tense, arising from forests that made contact with the boundaries of the outcrops studied, this being a sort of nucleadora biodiversity on rocky outcrops in southeastern Brazil.