Com o objetivo de estudar o desempenho do consórcio do feijoeiro com eucalipto ou com braquiária, foram instalados três experimentos no campo experimental da Universidade Federal de Viçosa, localizado em Coimbra, MG. O primeiro experimento foi implantado em março de 2006, com o eucalipto (híbrido urograndis) no espaçamento de 3 x 2m, e o feijoeiro sendo cultivado no espaçamento de 0,50m entre fileiras, nas safras da seca de 2006 e das águas de 2006- 2007. Os tratamentos foram dispostos em esquemas fatoriais, envolvendo dois cultivares de feijão (Ouro Vermelho e Ouro Negro) e seis populações de feijoeiro (1 a 6 fileiras intercalares), na safra da seca, ou quatro populações (1 a 4 fileiras de feijão), na safra das águas, mais os monocultivos do eucalipto e do feijão. No segundo experimento, conduzido nas safras das águas de 2006- 2007 e da seca de 2007, os tratamentos foram dispostos em esquemas fatoriais envolvendo duas espécies de braquiária (B. brizantha cv. Marandu e B. decumbens cv. Basilisk), três modos de plantio da forrageira (plantio simultâneo na linha do feijão, plantio simultâneo na entrelinha do feijão e plantio na época da capina do feijão) e dois manejos da dessecação pré-colheita do feijão (com Paraquat, 400 g.ha-1, e sem dessecação), mais os monocultivos do feijão e da braquiária. No terceiro experimento, conduzido nas safras da seca de 2007 e das águas de 2007-2008, os esquemas fatoriais envolveram as mesmas espécies de braquiária empregadas no segundo experimento e seis doses de fluazifop-p-butyl (0; 7,81; 15,62; 31,25; 62,50 e 125,00 g.ha-1), além do monocultivo do feijoeiro e da braquiária. Em todos os casos, o delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os resultados permitiram concluir que os cultivares de feijão Ouro Vermelho e Ouro Negro têm desempenhos semelhantes no consórcio com o eucalipto, tanto em relação ao rendimento de grãos quanto ao seu efeito no desenvolvimento inicial da espécie florestal. O cultivo de até cinco fileiras intercalares de feijoeiro em consórcio com o eucalipto proporciona rendimento de grãos equivalente ao obtido no monocultivo, sem prejudicar o desenvolvimento inicial do eucalipto. De modo geral, a B. decumbens apresenta maior desenvolvimento que a B. brizantha no consórcio com o feijão, mas é mais competitiva com o feijoeiro, reduzindo a sua produtividade. O plantio tardio da braquiária em consórcio com o feijoeiro prejudica o seu estabelecimento, sendo recomendada a semeadura simultânea do feijoeiro e da braquiária no sistema de consórcio. A dessecação da vegetação na pré-colheita do feijão retarda o estabelecimento da pastagem, devendo esta estratégia ser utilizada apenas nos casos em que o crescimento da forrageira possa dificultar ou mesmo impossibilitar a colheita do feijão. A produtividade do feijão consorciado com a braquiária é maior na safra da seca, mas o estabelecimento da forrageira é mais rápido na safra das águas. Na safra da seca, a utilização de 7,81 g.ha-1 de fluazifop-p-butyl no consórcio do feijoeiro com a B. decumbens proporciona rendimento de grãos equivalente ao do monocultivo do feijão, sem prejudicar o estabelecimento da pastagem. O consórcio com a B. brizantha dispensa o uso do herbicida. Na safra das águas, independentemente da espécie de braquiária, é necessário a aplicação de 31,25 g.ha-1 de fluazifop-p-butyl para que o rendimento de grãos do feijoeiro consorciado seja equivalente ao do monocultivo, sem prejudicar a formação da pastagem aos 60 dias após a colheita do feijão.
In order to study the performance of the consortium of bean with eucalyptus or brachiaria, three experiments were installed in the experimental field of the Universidade Federal de Viçosa, located in Coimbra, MG. The first experiment was implemented in March 2006, with the eucalyptus (hybrid urograndis) with spacing of 3 x 2 m, and the bean grown in the spacing of 0,50 m between rows in the dry seasons of 2006 and the rainy seasons of 2006-2007. Treatments were arranged in factorial schemes, involving two cultivars of bean (Ouro vermelho and Ouro Negro) and six populations of bean (1 to 6 rows interim) in the dry season, or four populations (1 to 4 rows of beans), in the rainy season, plus the monocultures of eucalyptus and beans. In the second experiment, conducted in the 2006-2007 rainy seasons and 2007 dry season, the treatments were arranged in factorial schemes involving two species of brachiaria (B. brizantha cv. Marandu and B. decumbens cv. Basilisk), three fodder planting modes (sowing simultaneously in the beans lines, sowing simultaneously between beans lines and sowing on the bean hoeing season), and two managements of pre-harvest desiccation of beans (with Paraquat, 400 g.ha-1, and without desiccation), plus monocultures of beans and brachiaria. In the third experiment, conducted in the dry seasons of 2007 and rainy seasons of 2007-2008, the factorial schemes involving the same species of brachiaria employed in the second experiment, six doses of fluazifop-pbutyl (0, 7.81, 15, 62, 31.25, 62.50 and 125.00 g.ha-1), as well as the monoculture of beans and brachiaria. In all cases, the experimental design was in randomized blocks with four replications. The results showed that the bean cultivars Ouro Vermelho and Ouro Negro have similar performances in the consortium with eucalyptus, both in relation to grain yield as in the effect on the initial development of the forest species.Growing up to five rows of bean intermediate with eucalyptus in a consortium provides a grain yield equivalent to that obtained in monoculture without affecting the initial development of eucalyptus. Overall, the B. decumbens has higher development than the B. brizantha in consortium with the beans, but is more competitive with the bean, reducing its productivity. The late planting of brachiaria in consortium with the bean affects its establishment, being recommended the simultaneous sowing of both bean and brachiaria in the consortium. The desiccation of the vegetation in pre- harvest of beans slows the establishment of the pasture, so this strategy should be used only in cases where the forage growth might hinder or even preclude the harvest of beans. The productivity of beans intercropped with brachiaria is higher in the dry season, but the establishment of the forage crop is faster in the rainy season. In the dry season, the use of 7,81 g.ha-1 of fluazifop-p-butyl in the consortium of bean with B. decumbens provides a grain yield equivalent to the monoculture of the beans, without undermining the establishment of pasture. The consortium with B. brizantha dispensed the use of herbicide. In the rainy season, regardless of the species of brachiaria, it is necessary to the application of 31,25 g.ha-1 of fluazifop-p-butyl for the grain yield of intercropped bean to be equivalent to that of monoculture, without undermining the formation of pasture at 60 days after harvesting the beans.