Resumo:
A crescente demanda por polpas celulósicas branqueadas de alta qualidade e mínimo impacto ambiental levam as indústrias deste segmento a investirem cada vez mais em pesquisas, afim de que seus produtos se tornem mais competitivos no mercado. As etapas de branqueamento da polpa celulósica são de alto custo e influenciam significativamente na qualidade da polpa e em sua composição química. Um parâmetro de qualidade da polpa branqueada é a alvura e, a sua instabilidade é influenciada por componentes químicos que são formados na polpa durante o processo de cozimento e branqueamento, como os ácidos hexenurônicos (HexA’s) e as carbonilas. Esse trabalho investigou os efeitos do processo de branqueamento e do pH da polpa celulósica na sua estabilidade da alvura com a produção de polpas com características químicas distintas. Foi utilizada uma polpa celulósica kraft de eucalipto e adotou-se duas sequências de branqueamento, a saber: D*(EP)D 1 H e D 0 (EP)D 1 H, as quais se diferiram no estágio inicial de dióxido de cloro, a primeira a alta temperatura e um tempo prolongado de reação (D*) e a segunda em temperatura mais baixa e curto tempo de reação (D 0 ). No estágio com hipoclorito de sódio (H) variou-se o pH em uma faixa entre 5 e 11 para avaliar o conteúdo de carbonilas. Foi possível observar que a polpa submetida a sequência D*(EP)D 1 H apresentou maior remoção dos ácidos hexenurônicos a partir de hidrólise ácida em alta temperatura, onde, após o estágio final de dioxidação obteve uma maior estabilidade de alvura em comparação a sequência D 0 (EP)D 1 H, que apresentou um maior conteúdo de ácidos hexenurônicos e uma menor estabilidade na alvura. Na variação de pH do estágio com hipoclorito de sódio observou-se que em menores faixas de pH houve maior formação de carbonilas e também uma menor estabilidade de alvura.