Quatro espécies são conhecidas como agentes etiológicos da malformação floral e vegetativa da mangueira (MFV), sendo elas Fusarium mangiferae, F. sterilihyphosum, F. tupiense e F. mexicanum. Essas espécies pertencem ao complexo Gibberella fujikuroi (GFC) e apresentam características morfológicas muito semelhantes. Há evidências de que F. proliferatum também cause MFV, mas dados disponíveis ainda aguardam comprovação. No Brasil, os agentes etiológicos da doença são F. tupiense e F. sterilihyphosum, embora não se tenha certeza se estes são os únicos presentes no país. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar, por meio de filogenia molecular e espectometria de massas MALDI-TOF, espécies de Fusarium associadas à MFV da mangueira no Brasil e testar a patogenicidade. Dos isolados investigados, utilizando sequências parciais do gene EEF1A, vinte e nove foram identificados como Fusarium tupiense, três isolados representam a espécie F. pseudocircinatum, e um isolado do México e outro de Israel foram identificados como F. mexicanum e F. mangiferae, respectivamente. Os isolados CML 268 e CML 272 não agruparam com nenhuma das espécies conhecidas, baseado em sequências de TUBB e CALM. Os isolados CML 396 e CML 272, juntamente com os isolados de F. pseudocircinatum, F. tupiense e F. proliferatum, provenientes de outros hospedeiros, foram selecionados para realização do teste de patogenicidade. Todos os três isolados de F. proliferatum testados induziram sintomas de MFV. F. pseudocircinatum foi registrado pela primeira vez no Brasil, no entanto, não induziu sintomas de MFV quando inoculado. Os isolados CML 396 e CML 272 também são agentes etiológicos da MFV da mangueira. Os isolados submetidos à análise de proteômica por MALDI-TOF MS agruparam-se, no dendrograma gerado, de forma semelhante à topologia obtida na análise filogenética. A técnica mostrou-se como procedimento eficiente para separar espécies morfologicamente semelhantes e filogeneticamente próximas, e pode ser uma ferramenta auxiliar e uma alternativa a ser empregada em laboratórios de diagnose de doenças de plantas.
Four species are known as pathogens of mango malformation disease (MMD): Fusarium mangiferae, F. sterilihyphosum, F. tupiense and F. mexicanum. These species are included in the Gibberella fujikuroi complex (GFC) and exhibit very similar morphological characteristics. There is evidence that F. proliferatum also causes MMD, but available data are still awaiting confirmation. In Brazil, the causal agents of MMD are F. tupiense and F. sterilihyphosum, although we are not sure if these are the only ones in the country. The aim of this study was to identify and characterize, through molecular phylogeny and mass spectrometry MALDI-TOF, MMD-associated Fusarium species in Brazil and to test the pathogenicity. Among the isolates investigated, using partial EEF1A gene sequence, twenty-nine were identified as Fusarium tupiense, three isolates represent F. pseudocircinatum, and one isolate from Mexico and another from Israel were identified as F. mexicanum and F. mangiferae, respectively. Isolates CML 268 and CML 272 didn’t group with any of the known species based on TUBB and CALM gene sequences. Isolates CML 272 and CML 396, together with the isolates of F. pseudocircinatum, F. tupiense and F. proliferatum from other hosts, were selected for the pathogenicity test. All three isolates of F. proliferatum induced symptoms of MMD. F. pseudocircinatum is reported in Brazil for the first time, however, it did not cause MMD symptoms when inoculated. Isolates CML 396 and CML 272 also are MMD pathogens. The dendrongram generated based on proteomic analysis with MALDI-TOF MS grouped isolates in a similar topology as obtained by the phylogenetic analysis. The technique proved to be an efficient procedure to separate closely related species, and it can be an alternative tool to be used in diagnostic method.