O estudo foi conduzido em uma floresta estacional semidecidual altimontana, na Serra da Mantiqueira, município de Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil. A floresta é localmente conhecida como Mata da Colina e possui altitude entre 1400m a 1640m. Foram utilizados como base os dados obtidos em inventários realizados nos anos de 2002 e de 2008, sendo o intervalo temporal entre eles de 6,12 anos. A amostra total foi composta por 28 parcelas permanentes de 20x20 m, distribuídas em 4 transectos ao longo do gradiente. Dentro dessas unidades amostrais, todos os indivíduos vivos com CAP (circunferência a altura do peito) >5cm foram identificados e mensurados em 2002 e foram medidos novamente em 2008. Os indivíduos que alcançaram o critério de inclusão (CAP >5cm) no segundo inventário, os chamados recrutas, foram também mensurados, plaqueteados, identificados e os mortos contabilizados. O objetivo desse trabalho foi avaliar a dinâmica estrutural de uma comunidade arbórea em uma floresta altimontana. Foram calculadas as taxas de dinâmica (mortalidade, recrutamento, rotatividade e mudança) em função do número de indivíduos sobreviventes, recrutas e mortos, as taxas de dinâmica da área basal (perda, ganho, rotatividade e mudança), além do incremento e do decremento em área basal. Foi verificado se existem diferenças espaciais entre as taxas ao longo de gradiente vegetacional e se há correlações entre as taxas de dinâmicas com as variáveis bióticas (número inicial de indivíduos, área basal inicial) e abiótica (cota altimétrica). Para a comunidade como um todo, foram encontradas taxas de recrutamento superiores às taxas de mortalidade, havendo também maiores taxas de ganho em relação à perda em área basal. Esse resultado indica que a floresta se encontra em expansão, com ganho em números de indivíduos e em área basal. Normalmente, esse resultado caracteriza florestas que se encontram em recuperação após algum distúrbio. Quando foi analisada a comunidade dividida em setores (base, meio e topo da encosta), verificou-se que não houve diferenças entre as taxas de dinâmicas para os setores. De maneira geral, obteveram-se poucas correlações significativas entre as variáveis bióticas e abióticas e as taxas de dinâmicas. O padrão de dinâmica encontrado, a não diferenciação das taxas de dinâmica entre os setores e as baixas correlações entre as variáveis com dinâmica da estrutura da floresta sugerem que eventos históricos, como um incêndio ocorrido na década de 90, que atingiu toda a comunidade, pode hoje estar afetando diretamente as taxas de dinâmica da floresta como um todo.
The study was conduced inside an season semideciduous upper montane forest, in Mantiqueira Mountain, Poços de Caldas City, Minas Gerais State, Brazil. The forest is locally known as Mata da Colina and it has altitude between 1400 and 1640m. It was utilized the dates obtained after surveys that were performed in years 2002 and 2008, being the temporal interval between them of 6,12years. The grid was composed of 28 permanent portion of 20x20m, that was distributed in 4 transects along of the gradient. Inside this sample units, every alive being with diameter at breast level (DBH - 1,30m) >5cm were identified and measured in 2002 and measured again in 2008. Trees that were included in the rule (DBH >5cm) in the second survey which called recruits, they were measured, plateleted, identified and dead were registered. The purpose of this paper was to measure the structural dynamic rates of an arboreou community. It was calculated dynamic rates (mortality, recruitment, rotativity and change) in funtion of survival individuals number, recruits and deads, dynamic rates of basal area (loss, gain, rotativity and change), besides the increment and decrement of basal area. We verified if there are special differences between the rates along of the altitudinal gradient and correlations the rates found with biotic (initial numbers of trees and initial basal area) and abiotic parameters (altimetric quota). This result suggests the forest is in expansion, with gain in number of individuals and in basal area. Normally, this result characterizes forests in recuperation after some disturbance. When the community is divided in sectors (basis, middle and top of hillside) was analyzed, it was verified that there were no differences between dynamic rates of the sectors. In general, there were few indications of correlations between biotic and abiotic parameters and the dynamic rates. The pattern of dynamic found, no differentiation of dynamic rates between the sections and the pour correlation between parameters and the dynamic of forest’s structure, similar to those historic events, like a forest fire occurred in 90’s, that affected all the communities, could be, nowadays, interfering directly in dynamic rates of forest like all.