Resumo:
Existem, no Brasil, aproximadamente 650 mil hectares cultivados com cajueiro, apresentando um rendimento médio de 240kg de castanhas por hectare. Considerada sem expressão econômica até há algumas décadas, a cultura do caju, a partir de 1968, apresentou um rápido crescimento de produção, via aumento de área cultivada, ao ponto de sua exploração constituir-se, atualmente, numa das principais fontes geradoras de divisas e empregos para o Nordeste. Tal crescimento, entretanto, não se refletiu nos índices de produtividade da cultura. Hoje, além dos problemas de mercado, interno e externo, a cajucultura brasileira depara-se com a estagnação tecnológica, decorrente dos baixos investimentos em pesquisa, com reflexos negativos na produtividade do cajueiro (Relatório, 1993). O problema assume maior relevância quando constata-se que o cajueiro, via de regra, é cultivado em solos com baixa fertilidade natural, ácidos, com alumínio trocável em níveis tóxicos e sem o emprego das práticas de adubação e calagem (Ramos, 1991). O custo dos fertilizantes e o reduzido número de resultados experimentais consistentes têm sido apontados como os principais fatores responsáveis pela não adoção da prática da adubação. Além disso, persiste a suposição da modéstia da planta em sua exigência nutricional, uma vez que produz em solos normalmente impróprios para outros cultivos (Agnoloni & Giuliani, 1977; Nair et aI. 1979; Menon & Sulladmath, 1982). Verifica-se a necessidade de maior entendimento da demanda nutricional, da distribuição e utilização de nutrientes do cajueiro. Isto certamente contribuirá para a melhoria do manejo da cultura e para o alcance de sua produção máxima.