Resumo:
Em 27 de abril de 1987, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA criou o Centro Nacional de Pesquisa de Caju - CNPCa, em Fortaleza, CE, com a missão de coordenar e executar atividades de investigação para identificar e solucionar os problemas que limitam o desenvolvimento da agroindústria do caju, provendo a geração de tecnologias e sistemas de produção que atendam aos condicionantes ecológicos e sócio-econômicos das unidades produtoras e sejam capazes de elevar substancialmente seus níveis de produção e produtividade. Na época da criação do CNPCa, a agroindústria do caju, representada por 438.000ha e 24 fábricas de beneficiamento, apresentava sérios problemas nas suas estruturas de comercialização e produção. O principal problema na comercialização era representado pelos baixos e instáveis preços pagos pela indústria aos produtores de castanha de caju. Quanto à estrutura de produção, o problema residia na baixa eficiência produtiva. A associação desses problemas gerou um clima antagônico entre os setores produtor e beneficiador, com repercussões danosas no funcionamento da cadeia agroindustrial do caju. Por outro lado, apesar de o cajueiro ser uma espécie perene que exige longos períodos para que a pesquisa apresente resultados concretos, e com a escassez de recursos para a condução das pesquisas, conseguiu-se resultados capazes de elevar a produção de 200kg para 1.200kg de castanha por hectare. Outra ação exercida pelo CNPCa foi a inclusão da cultura do caju no Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE, que é, atualmente, a principal linha de crédito para a agroindústria do caju. Em função do levantamento de demanda por pesquisas com outras culturas, a Diretoria Executiva da EMBRAPA ampliou a missão do CNPCa criando, a partir de 10 de abril de 1993, o Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical - CNPAT. O CNPAT dará ênfase às pesquisas agroindustriais do caju e outros produtos agroindustriais de importância econômica e social para o Brasil. Com as mudanças ocorridas, torna-se oportuno fazer uma espécie de prestação de contas dos recursos investidos pela sociedade no CNPCa, no período de 1987 a 1993. Essa prestação de contas será realizada por meio de mensuração dos benefícios líquidos apropriados pela sociedade, via tecnologias geradas neste Centro. Este trabalho inicia-se com uma descrição sucinta das tecnologias geradas e que já se encontram em adoção. Também apresenta algumas tecnologias com alto potencial econômico e social que deverão ser adotadas em breve. A seguir mostra uma estimativa dos benefícios apropriados pela sociedade, via tecnologias geradas e adotadas pelos produtores. Na parte final, são alinhadas as principais conclusões.