Resumo:
Drimys brasiliensis, conhecida popularmente como cataia ou casca d’anta, é uma espécie nativa do Brasil, e sua distribuição está associada às regiões de ocorrência da Floresta Ombrófila Mista e da Floresta Ombrófila Densa. Sua importância relaciona-se principalmente ao uso medicinal. Levantamentos etnobotânicos e etnofarmacológicos realizados com populações tradicionais relatam seu uso no tratamento do escorbuto e da anemia, de cólicas intestinais e estomacais, de vômito e disenteria, além de ser estimulante, adstringente e febrífuga. Um dos usos medicinais mais citados é para o tratamento de afecções respiratórias em humanos e animais, e mais especificamente no tratamento de “garrotilho” em cavalos. Também é frequente o uso da casca como condimentar em substituição à pimenta-do-reino. Pesquisas recentes identificaram, em extratos da casca, substâncias analgésicas e com baixos efeitos colaterais. Como não existem plantios comerciais da cataia, e muito menos a recomendação de boas práticas de manejo, a extração de casca de árvores nativas ocorre de forma indiscriminada, comprometendo sua regeneração e a própria sobrevivência dos indivíduos explorados.O objetivo deste trabalho foi relatar observações de campo e pesquisas em andamento com D. brasiliensis realizadas na Embrapa Florestas, estimulando novos trabalhos que viabilizem na prática o potencial econômico, social e ambiental de uma das espécies mais primitivas da flora nativa brasileira.