Este estudo teve por objetivo avaliar a evolução da restauração de duas áreas degradadas em unidade de conservação de proteção integral, no bioma Mata Atlântica, no Sul do Brasil. Foram avaliados atributos da composição florística e da estrutura da vegetação, assim como a atividade enzimática do solo (amidase, urease, fosfatase e arilsulfatase), envolvida em processos ecológicos, capazes de caracterizar diferentes áreas em restauração. A vegetação do estrato superior foi amostrada em 18 parcelas de 10 x 20 m em duas áreas recuperadas (A1 e A2) e em 12 parcelas em trecho de floresta utilizada como referência (AR). Nessas parcelas, o componente arbóreo-arbustivo foi medido quanto ao diâmetro, altura e cobertura de copa dos indivíduos, e a regeneração natural foi estudada em subparcelas, através da obtenção do diâmetro do coleto e da altura até 1,0 m. A atividade enzimática foi mensurada por meio da coleta de 10 amostras de solo, nas camadas de 0 a 5 cm e de 5 a 20 cm, em cada área. Os resultados evidenciaram que as áreas em restauração apresentaram menor diversidade (H' = 2,31), em comparação com a área de referência (H' = 3,00), bem como menores valores de área basal, altura e densidade. Conclui-se que a atividade enzimática é um bom indicador para o desenvolvimento em ambas as áreas restauradas, que comparado à área de referência, ocorrerá a longo prazo, indicando a necessidade de manejo de A1 e A2, por meio da eliminação de gramíneas e espécies arbóreas exóticas, fator determinante para o sucesso da restauração.
The present study aimed to evaluate the evolution of the restoration of degraded areas, in full protection conservation unit in the Atlantic Forest biome, in southern Brazil. The evaluated attributes were floristic composition and structure of vegetation and soil enzymatic activity (amidase, urease, phosphatase and arylsulfatase), involved in ecological processes, able to characterize different areas in restoration. The vegetation of the upper stratum was sampled in 18 plots of 10 x 20 m, in two recovered areas (A1 and A2), and in 12 plots in a forest area used as reference (AR). In these plots, the tree-shrub component was measured as for the diameter, height and canopy coverage of individuals and natural regeneration was studied in subplots, through the obtention of the root collar diameter and height. The enzyme activity was measured through the collection of 10 soil samples, in layers ranging from 0 to 5 cm and 5 to 20 cm in each area. The results showed that the areas in restoration presented lower diversity (H' = 2.31) when compared to the reference area (H' = 3.00), as well as lowest basal area, height and density. It is concluded that the enzyme activity is a good indicator for the development in both areas restored, which compared to the reference area, will occur in the long term, indicating the need for management of A1 and A2, by eliminating grasses and exotic tree species, the determining factor for the success of the restoration.