Resumo:
As iniciativas de educação ambiental em unidades de conservação cresceram e se diversificaram consideravelmente no Brasil nos últimos anos, bem como as pesquisas sobre elas. Neste contexto, uma das modalidades que mais se consolidou foi a que adota a relação da educação ambiental com os espaços de gestão pública, como forma de ampliar a participação popular de modo articulado às institucionalidades públicas na conformação do Estado. Esta estratégia não só garante o envolvimento dos grupos sociais inseridos ou que se encontram no entorno das UCs, mas estabelece condições para o enfrentamento objetivo dos processos desiguais de acesso a tais territorialidades, que condicionam a autonomia local e busca democrática de alternativas sustentáveis. Para consolidar a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) fortalecendo processos sociais de reversão das condições assimétricas econômicas e de poder que estão na base da degradação ambiental, a prática educativa na gestão ambiental pública se destaca por promover a participação permanente do cidadão coletivamente organizado na definição dos usos e nas decisões que afetam a qualidade ambiental. Isso significa exercer o direito democrático de intervir na elaboração e execução de políticas públicas que afetam a vida e o ambiente. Logo, a gestão pública é o lugar onde o conhecimento, as habilidades, as atitudes e os valores são construídos pela educação com a intenção clara de intervir na realidade para transformá-la em favor dos interesses coletivos e comuns a todo o cidadão (QUINTAS, 2000).