Resumo:
No Brasil, a silvicultura evoluiu como uma atividade voltada grandemente para a produção de matéria prima para indústrias boas na utilização de madeiras e fibras. As plantações têm se restringido às espécies e procedências de árvores que melhor atendem às necessidades industriais e que melhor respondem, em termos de produtividade, às condições geradas pelo emprego de alta tecnologia silvicultural. Só recentemente, o conceito de uso múltiplo de florestas plantadas ressurgiu como um objetivo básico, com propósitos recreacionais, de proteção do solo e dos recursos hídricos e de conservação genética animal e vegetal. Nos restringiremos à discussão de aspectos relacionados às plantações, com ênfase nos sistemas mistos compostos por espécies arbóreas nativas. O primeiro grande desafio para o estabelecimento com sucesso destas plantações é a definição de que espécies utilizar. Existem poucas informações silviculturas a respeito de árvores nativas e as espécies que conhecemos relativamente bem, embora aptas para atender à produção industrial, geralmente não são as mais adequadas para objetivos como produção de pequena escala ou proteção ambiental. Além de quais espécies utilizar, a definição de que sistema de plantio deve ser empregado, também tem suscitado discussões . O sistema de plantações mistas compostas de árvores nativas parece ser o mais adequado para atender aos objetivos propostos, por manterem, embora parcialmente, os processos que caracterizam a eficiência de conservação ambiental dos sistemas florestais naturais. Apresentam, também, uma maior amplitude para o uso múltiplo da floresta. Quantas espécies? Quantos indivíduos de cada espécie? Qual o melhor arranjo para distribuir as espécies nas plantações? Estes são exemplos de questão que ainda aguardam uma resposta adequada.