Resumo:
A silvicultura brasileira vive momentos de forte efervescência. A crescente demanda nacional e internacional por produtos oriundos da floresta tem obrigado agentes públicos e privados a empreender e a estimular investimentos nesse setor. É constatação recorrente que o ritmo da exploração florestal, sem o urgente plantio de novas áreas, para atender às necessidades do mundo moderno, rapidamente levaria ao esgotamento das reservas nativas, cada vez mais reduzidas em todo o planeta. As florestas plantadas, aproveitando espécies com crescimento mais rápido e explorando áreas onde haja maior aptidão de clima e de solo para bons resultados econômicos e para a sustentabilidade da cadeia, são o grande caminho para assegurar o abastecimento. O potencial de mercados para os produtos da silvicultura é imenso e cresce a cada ano. O mundo é carente de uma infinidade de artigos que dependem diretamente da exploração florestal: setores como celulose e papel, móveis, construção civil, siderurgia e todas as atividades que dependem de madeira, de lenha e de carvão vegetal, além da própria indústria de fitoterápicos e de medicamentos, são diretamente vinculados à floresta. Nesse contexto, seria uma grande falha se um País com as dimensões e com as características do Brasil não ocupasse o espaço que lhe está reservado no cenário da silvicultura mundial. Diversos estados e diversas regiões nacionais descobriram que podem alavancar definitivamente seu desenvolvimento, graças aos produtos da floresta. A preocupação crescente com a sustentabilidade social e ambiental – compartilhada entre as comunidades locais e os consumidores finais, conscientes e desejosos de contribuir para um mundo mais justo – tem sido uma marca. O Brasil apresenta ótimos exemplos quando o assunto é equilíbrio entre a atividade florestal e seus benefícios ao homem e ao ecossistema daquela região. É natural que a floresta plantada constitua antes de mais nada investimento, com claro interesse econômico, sintetizado na geração de empregos e de renda: nenhum produtor e nenhuma empresa implantaria uma floresta, com custo elevado, apenas para que seja bonita. Ela tem que ser produtiva e rentável, disseminando seus benefícios na sociedade. Por isso mesmo, a função da floresta plantada é aliviar a pressão – essa sim preocupante – sobre as matas nativas. Nem por isso se deixaria de aproveitar, com os devidos critérios, também os produtos que essa floresta nativa pode oferecer ao homem moderno. O Brasil, com políticas públicas arrojadas voltadas à atividade florestal, tende a ocupar lugar de destaque no papel que a silvicultura, de nativas e de exóticas, desempenhará no futuro. Pela floresta passa muito mais que a base energética e de solidez da sociedade mundial. Da floresta advém, com intensidade cada vez maior, o próprio conhecimento daquilo que se entende por sobrevivência. Árvore, todo mundo sabe, é vida.