Resumo:
Estamos vivendo um momento muito delicado da nossa história. É claro que em todo final de século as profecias reaparecem. Tanto as boas como as más. Mas essa não é a questão fundamental. O que chama a atenção é que pela primeira vez, na história da humanidade, "o aumento da produtividade está significando dispensa de trabalhadores também em números absolutos, ou seja, o capital começa a perder a faculdade de explorar trabalho. A mão-de-obra barata e semiforçada com base na qual o Brasil ou a União Soviética contavam desenvolver uma indústria moderna ficou sem relevância e não terá comprador. Depois de lutar contra a exploração capitalista, os trabalhadores deverão se debater contra a falta dela, que não pode ser melhor” (Schwarz, 1992). Vivemos um momento em que não é mais somente o trabalhador, sem qualificação, que perde e não encontra mais emprego. Todos os trabalhadores estão sujeitos a esse tipo de perigo, desempenhem eles atividades manuais ou intelectuais. Mas as empresas não estão imunes. Nem tampouco estão as regiões e os países. "Assim, a vitória de uma empresa não é só a derrota da vizinha, mas pode ser a condenação e desativação econômica de um território inteiro noutro continente” (Schwarz, 1992).