O modelo Ecogene foi utilizado para investigar como o corte seletivo de árvores de Araucaria angustifolia afeta no longo prazo a área basal (AB) e a diversidade genética de populações e quais são os cenários de corte seletivo que garantam a sustentabilidade na produção de madeira. O estudo foi conduzido com dados de locos microssatélites, demográficos e ecológicos de uma população fragmentada da espécie. Foram estudados cenários de corte seletivo, formados por combinações de diferentes diâmetros mínimo de corte (DMC), intensidades de explorações (IE) e ciclos de corte (CC). Para DMC de 50 cm e IE de 20, 40 e 90%, a AB recuperou a original AB em 54, 74 e 84 anos, respectivamente. Para o DMC de 75 cm a recuperação da AB ocorreu com 31, 44 e 56 anos, respectivamente. Para DMC de 100 cm, o tempo de recuperação foi de no máximo 22 anos. A estimativa da distância genética entre a população na idade inicial e final das simulações indicou que os cenários com maiores alterações nas frequências alélicas foram os baseados no DMC de 50 cm. Este é um claro exemplo dos impactos do corte seletivo de árvores sobre a diversidade genética de populações exploradas e mostra que a legislação brasileira vigente não leva a produção sustentada de madeira em A. angustifolia. Os resultados das simulações mostram que menores impactos do corte seletivo sobre a demografia, AB e parâmetros genéticos ocorrem com a adoção de maiores DMC e menores IE.
The Ecogene model was used to investigate how selective logging of Araucaria angustifolia trees affects the long-term basal area (BA) and genetic diversity of populations and what are the scenarios of selective logging to ensure sustainability in timber production. The study was conducted with data from microsatellite loci, demographic, ecological in a fragmented population of the species. Selective logging scenarios, representing different combinations of minimum cutting diameter (MCD), intensity of exploitation (IE) and cutting cycle (CC) were studied. For MCD of 50 cm and IE 20, 40 and 90% the AB recovered the original situation after 54, 74 and 84 years, respectively. For MCD 75 cm AB recovery occurred at 31, 44 and 56 years, respectively, and for MCD 100 cm, the recovery time was at most 22 years. The estimated genetic distance between the population in the initial and final age of simulation indicated that the scenarios with larger changes in allele frequencies were based on MCD 50 cm. This is a clear example of the impacts of selective logging on the genetic diversity of exploited populations, and that Brazilian law does not lead to sustained timber production in A. angustifolia. The simulation results show that smaller impacts of selective logging on demography, AB and genetic parameters occur with the adoption of larger MCD and lower IE.