Os efeitos de borda, decorrentes do isolamento e das alterações microclimáticas subsequentes, são uma das mais importantes ameaças à conservação de fragmentos florestais. Nesta pesquisa foi avaliada a eficácia da manutenção de uma barreira formada por três linhas de eucaliptos ao longo da borda de um fragmento de floresta subtropical estacional semidecidual, circundado por eucaliptocultura. Procurou-se desta forma amenizar as modificações microclimáticas (luminosidade, temperatura e umidade relativa do ar) e os impactos mecânicos ocasionados pela colheita da madeira dos eucaliptos, sobre a vegetação nativa na zona de contato entre o fragmento e a plantação florestal. A barreira de eucalipto mostrou-se eficaz ao amenizar o microclima, proporcionando redução global de 35% na luminosidade incidente sobre o solo na borda do fragmento e redução média de 1ºC na temperatura do ar; além de elevar em 3,4% a umidade relativa. A barreira foi eficaz também na prevenção dos impactos mecânicos sobre a vegetação nativa, evitando danos às árvores adultas e preservando o estrato regenerante junto à borda do fragmento florestal. Onde a barreira não foi mantida, o estrato regenerante foi reduzido a menos de 20% da densidade e 50% da riqueza das espécies. A barreira de eucaliptos pode, portanto, ser recomendada como um meio eficaz de minimizar os impactos mecânicos das operações silviculturais e, sobretudo, amenizar as condições microclimáticas ao longo da borda de fragmentos florestais, com destaque para a redução da luminosidade incidente no sub-bosque.
Edge effects resulting from isolation and subsequent microclimatic changes are one of the most important threats to the forest fragments conservation. The efficiency of maintaining a barrier formed by three rows of Eucalyptus along the edge of a subtropical seasonal semi deciduous forest fragment, surrounded by Eucalyptus monoculture, was evaluated as a way of softening the microclimatic changes (light intensity, temperature and relative humidity) and the impacts of eucalypt mechanized harvesting on the native vegetation along the contact zone between the forest fragment and the plantation. The Eucalyptus barrier was effective in softening the microclimate. Light intensity was 35% lower in the presence of the barrier. The barrier also provided a reduction of 1°C in air temperature and increased in 3.4% in relative humidity throughout the year. The barrier was also effective in preventing the impact on native vegetation, avoiding damage to adult trees and preserving the regenerating forest stratum near the border, which was reduced to less than 20% in density and 50% in richness, with no such barrier. The barrier of Eucalyptus may, therefore, be recommended as an effective method to minimize the impacts of mechanized forest harvesting operations and mitigate the microclimatic conditions along the edge of forest fragments.