Nas últimas décadas têm ocorrido vários acidentes com petróleo e seus derivados, contaminando extensas áreas do planeta. A biorremediação é uma das técnicas empregadas para minimizar os efeitos danosos do contaminante e facilitar a recomposição da vegetação natural. Apesar de ser amplamente utilizado, pouco se sabe sobre o efeito do solo biorremediado na germinação e desenvolvimento de plantas. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo analisar o efeito do solo contaminado por petróleo e do solo biorremediado na germinação, no desenvolvimento e na morfoanatomia de Mimosa pilulifera Bentham. O experimento foi realizado com solo proveniente da área da REPAR/PETROBRÁS, município de Araucária-PR, que foi contaminada por petróleo, e parte desta área vem sendo biorremediada com microorganismos. O experimento constou de três tratamentos: solo contaminado com petróleo (SC) - TPH = 13.651 mg kg-1; solo biorremediado (SB) - TPH = 2.004 mg kg-1 e solo não contaminado (SNC) - TPH= 1.354 mg kg-1, que foram montados em bandejas, mantidas em estufa com nebulização. Para cada tratamento foram feitas cinco repetições com 50 sementes cada. Após a semeadura, o experimento foi monitorado diariamente para avaliar a porcentagem e a velocidade de germinação. Para a análise do desenvolvimento, plantas após 30, 60 e 90 dias da semeadura tiveram suas raízes, parte aérea e eofilo mensurados e pesados. Para a avaliação anatômica foram coletadas e fixadas amostras de raiz, hipocótilo, cotilédone e eofilo das plântulas após 30 dias da semeadura. Estas foram processadas para microscopia fotônica e eletrônica de varredura. A porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação e biomassa radicular não diferiram estatisticamente entre os tratamentos. Por outro lado, a biomassa aérea do SC foi estatisticamente menor em relação aos demais tratamentos, após 30 e 90 dias. O comprimento aéreo foi menor no SC, após 30, 60 e 90 dias e no SB foi menor somente após 90 dias. Após 30 dias da semeadura, a biomassa e a área foliar do eofilo foram significativamente menores no tratamento SC. O comprimento radicular das plantas do tratamento SC foi menor somente após 60 dias, e o do tratamento SB foi maior após 30 dias. Após 90 dias, não foi observada diferença significativa no comprimento radicial entre os tratamentos. Anatomicamente, foram observadas redução no ápice meristemático e maior quantidade de pêlos radiciais nas plantas do tratamento com solo contaminado. O solo contaminado e solo biorremediado não interferiram na germinação de Mimosa pilulifera, mas reduziram o desenvolvimento da planta.
In the last few decades some accidents with oil and its derivatives have occurred, contaminating extensive areas of the planet. The biorremediation is one of the techniques used to minimize the harmful effect of the contaminant and to facilitate the resetting of the natural vegetation. Although widely used, little is known on the effect of the bioremediated ground in the germination and development of plants. For this purpose, the present study aims to analyse the effect of the oil contaminated ground and the bioremediated ground in the germination, development and morphoanatomy of Mimosa pilulifera Bentham. The experiment was carried through with ground proceeding from the area of the REPAR/PETROBRÁS, in Araucária-PR, that was contaminated by oil and part of this area is being remediated with microorganisms. The experiment consisted of three treatments: ground contaminated with oil (SC) - 13,651 TPH = mg kg-1; bioremediated ground (SB) - 2,004 TPH = mg kg-1 and noncontaminated ground (SNC) - 1,354 TPH= mg kg-1, that was mounted in trays and kept in a greenhouse with nebulization. For each treatment five repetitions with 50 seeds each had been made. After the sowing, the experiment was monitored daily to evaluate the percentage and the speed of germination. For the analysis of the development, plants 30, 60 and 90 days after sowing had their roots, aerial part and eophyll measured and weighed. For the anatomical evaluation, samples of root, hypocotyl, cotyledon and eophyl of seedlings 30 days after sowing were collected and fixed. These were processed for photonic and electronic scanning microscopy. The percentage of germination, the index of germination speed and the biomass of the roots did not differ statistically between the treatments. On the other hand, the aerial biomass of the SC was statistically lesser in relation to the other treatments, after 30 and 90 days. The aerial length was lesser in the SC, after 30, 60 and 90 days and in the SB it was lesser only after 90 days. And 30 days after the sowing, the biomass and the foliar area of the eophyll was significantly lesser in treatment SC. The length of the roots of the plants in treatment SC was lesser only after 60 days, and in treatment SB it was bigger after 30 days. After 90 days, significant difference in the length of the roots between the treatments was not observed. Anatomically, reduction in the meristematic apex and bigger amount of radicular hairs in the plants of the treatment with contaminated ground were observed. The contaminated ground and the bioremediated ground did not interfere in the the germination of Mimosa pilulifera, but it the development of the plant was reduced.