Numa área de 210 ha de floresta tropical de terra firme em Paragominas, PA (3° 17' S, 47° 39' W), na Amazônia Oriental, avaliou-se o crescimento em diâmetro à altura do peito (DAP) das árvores que permaneceram na floresta após colheitas madeireiras com e sem manejo florestal. Nessa área de estudo estabeleceram-se três tratamentos: 75 ha colhidos sem manejo, 105 ha colhidos com manejo e 30 ha mantidos sem colheita de madeira. Em cada tratamento demarcaram-se áreas de 24,5 ha, nas quais se estabeleceram, aleatoriamente, 20 parcelas de 0,5 ha para a coleta de dados de crescimento de árvores de valor comercial atual com DAP acima de 10 cm. O estabelecimento dessas parcelas e as primeiras medições do DAP foram realizados em 1993. Os DAPs foram remedidos em 1994, 1995 e 1996. Utilizaramse dois tipos de análise. Na primeira compararam-se as médias de incremento do DAP entre os tratamentos. Na outra comparou-se o incremento em DAP das árvores selecionadas de acordo com a presença de cipós, danos da colheita e iluminação da copa. Na área com colheita de madeira sem manejo, as equipes de colheita derrubavam as árvores sem qualquer planejamento prévio. Em seguida, utilizando um trator de esteira, construíam as estradas e os pátios de armazenamento das toras. Ainda utilizando esses tratores, localizavam visualmente as toras derrubadas para em seguida arrastá-las com o trator de arraste até os pátios de armazenamento de madeira. Na área com manejo florestal, 2 anos antes da colheita, a equipe de inventário fez um mapeamento de todas as árvores de valor comercial com DAP maior que 25 cm. Um ano e meio antes de iniciar a exploração, uma equipe cortou todos os cipós presentes nas copas das árvores. Poucos dias antes da colheita, a equipe de planejamento confeccionou um mapa de colheita, marcou trilhas na floresta utilizando fitas coloridas para orientar a extração e localização das estradas e pátios de armazenamento de toras. A derrubada direcional foi utilizada para proteger árvores para futura extração. O arraste foi feito com um trator florestal de rodas equipado com um guincho. Na colheita sem manejo a extração de madeira resultou numa redução de 31% em área basal contra 17% na colheita com manejo. O crescimento em área basal após os três anos de intervenção na área com manejo foi 44% superior ao da área sem manejo. O incremento periódico anual para todas as espécies na área de com manejo foi 1,9 vezes maior que o da testemunha e 1,7 vezes maior que o da colheita sem manejo. As árvores sem cipós em suas copas cresceram 2,2 mais do que aquelas com cipós e, as árvores com danos da colheita tiveram crescimento inferior ao daquelas que não sofreram qualquer dano. A espécie na qual se observou maior crescimento foi a Parkia gigantocarpa, com 1,4 cm/ano. A espécie com menor crescimento foi a Lecythis lurida com apenas 0,14 cm/ano.
It was measured the growth (diameter at breast height, DBH) of trees after planned and unplanned logging in a tropical forest in Paragominas, Pará (3° 17' S, 47° 39' W), in the eastern Brazilian Amazon. The study was conducted in an area of 210 ha, where 75 ha were subjected to logging without planning, 105 ha were subjected to planned logging, and 30 ha were left as an unlogged control. Within a 24.5 ha area in each treatment 20, 0.5 ha plots were randomly located to evaluate the growth of all trees, both with and without current commercial value, with DBH greater than 10 cm. Plots were established in 1993, and initial diameter measurements were taken. Trees were re-measured in 1994, 1995 and 1996. Diameter growth was analyzed to determine the effect of logging treatments on the development of trees. It was classified the environment and condition of each selected tree using qualitative variables (canopy illumination, crown form, and abundance of lianas in the crown), and analyzed the relationship between growth and levels of these factors. The unplanned logging began by searching for and felling trees with commercial value. Logging roads and log landings were then constructed. Finally, bulldozers used visual clues (e.g. canopy openings) to locate felled logs and skid them to the log landings. The planned logging began with an inventory of all trees with DBH greater than 25 cm and commercial value. All lianas were cut 1.5 years prior to logging. A harvest map was developed and colored flags were placed in the forest to guide the extraction and placement of roads and log landings. Directional felling was used to protect future harvestable trees. Skidding was conducted with a skidder equipped with a winch. Unplanned logging reduced in 31% the total basal area, while the reduction after planned logging was only 17%. The growth in basal area three years following logging was 44% greater in the planned treatment compared with the unplanned treatment. Mean periodic diameter increment for all species was 1.9 times higher in the planned area compared with the control area and 1.7 times higher than in the unplanned logging area. Trees without lianas in their canopies grew 2.2 times more in DBH than trees with lianas and damaged trees had significantly lower growth than those without damage. The fastest-growing species (Parkia gigantocarpa) achieved an annual increment of 1.4 cm/year; the slowest-growing species (Lecythis lurida) presented a rate of only 0.14 cm/year.