Em 2004 foi identificada uma área, de Floresta Ombrófila Mista, com alta contaminação no solo por óleo mineral isolante (OMI) na Companhia Paranaense de Energia – COPEL (Curitiba, Paraná). Nessa área, a COPEL, desde 1954, realiza o armazenamento e manutenção de equipamentos e o descarte de OMI. A área contaminada foi biorremediada em 2004, reduzindo significativamente o nível de hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP) no solo. Com o objetivo de avaliar possíveis alterações na estrutura do xilema secundário caulinar de Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. e Schinus terebinthifolia Raddi, crescendo nessa área, comparou-se o xilema secundário do período contaminado e pós-biorremediado e das plantas da área contaminada e não contaminada. As amostras do solo e do xilema secundário foram coletadas nas duas áreas. Foram retiradas amostras do xilema secundário de cinco indivíduos de cada espécie, em cada área, analisadas em secção transversal e macerado, e comparadas de forma qualitativa e quantitativa. O xilema secundário de G. uruguensis é formado por camadas de crescimento distintas, demarcadas pelo achatamento radial e maior espessamento da parede das fibras; vasos com porosidade difusa e predominância de vasos múltiplos. G. uruguensis apresentou maior comprimento das fibras nas plantas da área não contaminada, maior proporção de vasos solitários nas amostras da área contaminada e menor frequência dos vasos no xilema secundário formado no período contaminado em relação ao período biorremediado. Em S. terebinthifolia, as camadas de crescimento são pouco distintas, demarcadas pelo maior espessamento da parede das fibras; vasos com porosidade difusa; arranjo radial e vasos múltiplos. S. terebinthifolia apresentou maior proporção de vasos em cachos na área contaminada e a maior espessura da parede das fibras na área não contaminada. Conclue-se que houve alterações anatômico-estruturais no xilema secundário de G. uruguensis e S. terebinthifolia em solo contaminado com provável recuperação no crescimento dos indivíduos após biorremediação.
In 2004 was identified an area of high contamination by insulating mineral oil (OMI). The area belongs to the Energy Company of the Parana State - COPEL and is cover by Araucaria Forest. COPEL, since 1954, performs the storage and maintenance of equipment and discard of OMI. In 2004, the contaminated area was bioremediated, significantly reducing the level of total petroleum hydrocarbons (HTP). The structure of secondary xylem of stems of Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. and Schinus terebinthifolia Raddi growing in this area was evaluated by comparing the secondary xylem of the period during contamination and post-bioremediation. The data was compared with other samples from uncontaminated soil. Soil samples and the secondary stem xylem were collected in both areas. Samples were taken from the secondary xylem of five individuals of each species in each area, analyzed in cross section and macerated, and compared both qualitatively and quantitatively. The secondary xylem of G. uruguensis consists of different layers of growth, marked by radial flattening and increased wall thickening of the fibers, vessels with diffuse porosity and prevalence of multiple vessels. G. uruguensis presented higher length of the fibers on the plants of uncontaminated area and higher proportion of solitary vessels in the samples of contaminated area, while plants from contaminated area registered lower frequency of vessels in the xylem formed in the period contaminated in relation to period bioremediated. To S. terebinthifolia layers of growth are slightly different, marked by increased wall thickness of the fibers, vessels with diffuse porosity, vessels in radial arrangement and multiples vessels. S. terebinthifolia had a higher proportion of vessels in clusters in the contaminated area and increased wall thickness of fibers in the uncontaminated area. This work conclude that levels of contamination by OMI in the area of COPEL were not phytotoxic to G. uruguensis and S. terebinthifolia.